O vice-ministro russo da Ciência e do Ensino Superior, Pyotr Kucherenko, morreu este sábado aos 46 anos, durante uma viagem de avião em que se sentiu mal. O ministério de que fazia parte detalhou, num comunicado, que o governante tinha estado numa “viagem de negócios” em Cuba e “adoeceu no avião com a delegação russa”.

O estado de saúde de Pyotr Kucherenko obrigou a uma aterragem de emergência na cidade de Mineralnye Vody, no sudoeste da Rússia, onde estava uma equipa médica estava à sua espera. “Os médicos tentaram-no socorrer, mas não conseguiram salvá-lo”, lê-se no documento partilhado no domingo pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior, que enviou as condolências à família.

Esta terça-feira, o porta-voz do Kremlin foi questionado sobre se tinha conhecimento da causa de morte do vice-ministro, mas Dmitry Peskov disse não saber. “Expressamos as nossas condolências à família, amigos e mulher. É uma grande perda. E esperamos que a causa de morte seja revelada dentro em breve”, referiu.

Por sua vez, a família de Pyotr Kucherenko suspeita que a causa da morte esteja relacionada com problemas do foro cardíaco. A autópsia será realizada esta quarta-feira, avançam os meios de comunicação russos.

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O jornalista russo Roman Super, atualmente no exílio e que fugiu da Rússia pouco após o início da invasão, aponta para outro cenário, tendo denunciado, nas redes sociais, que Pyotr Kucherenko lhe tinha confessado que estava com medo e que queria sair da Rússia.

De acordo com o mesmo jornalista, o vice-ministro ter-lhe-á relatado um cenário em que tal “já não era possível”, uma vez que lhe tinham tirado o passaporte. A repressão, vinca Pyotr Kucherenko, tinha aumentado após o que descreveu como sendo uma “invasão fascista”, isto é, o início do conflito na Ucrânia.

O vice-ministro terá contado a Roman Super que tomava antidepressivos e tranquilizantes diariamente. “Eu bebo muito. E isso não ajuda. Eu durmo pouco. Sinto-me terrível. Estamos reféns. Ninguém pode dizer nada. Caso contrário, somos imediatamente esmagados por insetos”, confessou Pyotr Kucherenko ao jornalista.