Quase dois anos depois da aprovação da lei, entrou esta terça-feira em vigor, em França, a proibição da realização de voos de curta distância quando existe um alternativa ferroviária para a mesma viagem, avança o Le Figaro. Desta forma, deixará de ser possível viajar de avião desde a capital francesa, Paris, para cidades como Nantes, Lyon ou Rennes, que ficam a menos de 2h30 de comboio pela capital.

No entanto, o jornal diz também que nenhuma rota aérea vai desaparecer com a entrada em vigor da proibição, pelo menos imediatamente. As ligações aéreas desde Paris-Orly às três grandes cidades referidas não existem desde a pandemia: a AirFrance já havia desistido de as realizar e nenhuma companhia quis realizar as rotas.

A medida, que não afeta os voos de ligação, está incluída na Lei do Clima aprovada em agosto de 2021, mas a associação francesa de aeroportos tinha-a constestado, pelo que a proibição de voos curtos ficou suspensa enquanto a Comissão Europeia examinava o recurso, que acabou por rejeitar em dezembro de 2022, dando razão ao executivo francês.

Para que as viagens de avião sejam proibidas, as viagens de comboio devem cobrir os mesmos destinos, com frequências suficientes e horários apropriados, de acordo com o exigido pela lei. Além disso, as ligações ferroviários devem garantir que o viajante esteja na cidade de destino em menos de oito horas. Por isso, da medida ficaram excluídas algumas ligações (entre Rennes e Lyon, por exemplo), porque não havia alternativa ferroviária que permitisse cumprir os requisitos exigidos.

Esta medida permite, apesar das exceções, uma poupança de 55.000 toneladas de CO2 por ano, um valor pouco significativo e que representa apenas 0,3% da emissões totais do setor da aviação em França. Se a proibição se estendesse a todos os voos de curta duração (de menos de 500 quilómetros), França poderia reduzir, através desta medida, as emissões de CO2 em 4,5%.

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