O início da terceira semana da Volta a Itália mudou o paradigma da corrida. Antes, os candidatos à vitória andavam a poupar energias em todas as etapas possíveis e só apareciam nos momentos em que surgiam as subidas de segunda e primeira categoria; agora, os sprinters não puderam ficar a descansar como queriam para evitarem o corte na prova mas lá fizeram ao Monte Bondone a um ritmo totalmente diferente de todos os primeiros classificados, poupando-se para a 17.ª etapa com chegada a Caorle. Mads Pedersen e Kaden Groves já não estavam, todos os outros tinham o foco nesta tirada como última oportunidade para ganharem mais uma etapa neste Giro. No final, houve uma reedição do velho disco mas sem tocar o mesmo.

O dia em que todos perceberam quem é João Almeida: português vence no Monte Bondone e sobe a segundo do Giro

Depois de Jonathan Milan, Michael Matthews, Kaden Groves, Mads Pedersen e Pascal Ackermann, todos com uma vitória em chegadas ao sprint (que podiam ser mais se não fosse o sucesso de mais fugas do que é habitual neste Giro), chegou o dia de Alberto Dainese da Team DSM ganhar também a sua “etapa”.

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Na classificação geral, Geraint Thomas manteve a camisola rosa e João Almeida continua a apenas 18 segundos, tendo Primoz Roglic a fechar o pódio a 29 segundos. Damiano Caruso subiu a quarto mas já a 2.50, à frente de Eddie Dunbar (3.03), Lennard Kämna (3.20), Bruno Armirail (3.22), Andreas Leknessund (3.30), Thymen Arensman (4.09) e Lauren de Plus que fecha o top 10 (4.32). Ou seja, tudo igual antes das três etapas que decidirão o Giro, as subidas a Zoldo Alto e Tre Cime di Lavaredo e o crono de Monte Lussari.

Acenou à equipa, cerrou os dentes, “partiu” Roglic, fugiu no sprint final. “Arrisquei e consegui. É um sonho que se realiza”, diz Almeida

“Candidato à vitória? Não sei, vamos ver em Roma. Sinto que este é um bom ano para mim. Sinto-me bem e quero aproveitar ao máximo. Ontem [Terça-feira] foi muito bom. Foi um dia muito longo e, no final, estou feliz pelos resultados e pelo esforço feito ao fim de seis horas de corrida rápida. Espero conseguir continuar assim e que tudo corra da forma mais tranquila possível”, comentou ao Cycling News João Almeida, no dia seguinte à primeira vitória de sempre na Volta a Itália e numa grande volta.

“Houve um pouco de chuva mas nada comparado com o que já tivemos. Tivemos boas condições no final. Foi um final em pelotão algo louco mas estamos felizes por ter salvo o dia. Sabíamos que as equipas dos sprinters iam impor o andamento, foi um bom ritmo. O objetivo hoje [quarta-feira] era guardar o máximo de energia possível para as próximas três etapas. Vão ser muito difíceis e espero muitos ataques dos meus adversários. Vou lutar por manter esta camisola”, salientou no final da etapa o líder, Geraint Thomas.