Não é tarefa fácil competir com modelos de marcas de luxo como o Audi Q7, o Mercedes GLE, o BMW X5, o Volvo XC90 ou o Lexus RX, sem esquecer o Jeep Grand Cherokee ou o Hyundai Santa Fe. Mas é mesmo essa a missão do Touareg, modelo que a Volkswagen lançou em 2002 e que, ao longo destes mais de 20 anos, comercializou para cima de 1 milhão de unidades. Para manter actual o maior dos seu SUV, a marca germânica procedeu à habitual renovação a meio do ciclo de vida do produto, apostando em evoluir… na continuidade. Quer isto dizer que não há alterações substanciais, do ponto de vista do design, da mesma forma que o interior permanece fiel à linha vigente desde 2018, ano em que foi lançada a 3.ª geração do Touareg. Será a bordo e ao volante que as principais melhorias introduzidas se deverão sentir.

Por fora e à frente, a grelha, os faróis e o capot surgem redesenhados, ao passo que na traseira a mudança mais evidente passa pelas luzes, com uma linha horizontal em LED a toda a largura do SUV, no meio da qual surge o emblema da marca que vai poder pela primeira vez ser iluminado –até agora, esta funcionalidade estava legalmente vedada na Europa, sendo permitida apenas em mercados como o chinês e o norte-americano.

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A iluminação é, aliás, um dos chamarizes do facelift do Touareg, na medida em que este será o primeiro modelo da marca a ser lançado com a mais recente evolução dos faróis Matrix LED, tecnologia que posteriormente será incorporada em SUV dos segmentos abaixo. Um dos membros do conselho de administração da Volkswagen para o Desenvolvimento, Kai Grünitz, não hesita mesmo em definir esta proposta como o que de melhor há no mercado, ao descrever os novos faróis IQ. Light LED Matrix HD como “um dos melhores sistemas de iluminação do mundo”. Na prática, consistem em mais de 38.000 LED (19.216 em cada farol) que se ajustam automaticamente para iluminar a estrada com precisão e sem provocar encadeamentos dos veículos que circulam em sentido contrário, ou incomodar o condutor do veículo que segue à frente. A capacidade de circular com um “tapete de luz” projectado na faixa de rodagem é algo que vai ser proposto de série, integrando todos os níveis de equipamento, à excepção da versão de entrada.

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No interior, conforme referimos, a atmosfera permanece idêntica ao Touareg que vai ser substituído, com as principais mudanças a estarem relacionadas com melhorias de funcionalidades e a revisão de materiais. Neste último caso, a marca assume que ouviu as críticas dos clientes e preocupou-se em melhorar a percepção de qualidade. Reflexo disso, por exemplo, é o material mais macio na consola central. A potência das ligações USB-C também foi incrementada, passando dos anteriores 15W para 45W. De resto, mal se entra no Touareg a estrela que mais brilha é o chamado Innovision Cockpit, isto é, a combinação de um painel de instrumentos digital de 12” com um ecrã central sensível ao toque de 15”, com funções como a navegação a serem melhoradas, da mesma forma que o reconhecimento das ordens vocais deverá ser mais satisfatório do que até aqui.

A oferta de motores não sofre qualquer alteração, pelo que o topo de gama da família Touareg continua a ser o R eHybrid de 462 cv, o mais potente e desportivo da família, que será lançado juntamente com outra versão híbrida plug-in menos possante (381 cv). Ambos se baseiam numa arquitectura V6 com 3 litros de cilindrada, característica comum às motorizações exclusivamente a combustão, seja o motor a gasolina de 340 cv ou os diesel de 231 e 286 cv. Em qualquer dos casos, a potência é sempre passada às quatro rodas (4Motion) por meio de uma transmissão automática de oito velocidades.

Se sob o capot não muda nada, o mesmo não acontece com a suspensão que foi revista, passando agora a ajustar-se em função da leitura que recebe de um novo sensor de carga no tejadilho. Sem carga, o SUV presta-se a um comportamento mais desportivo; acusando carga, “desperta” a sensibilidade do controlo electrónico de estabilidade.