Há sete anos, em Boston e Skegness, cidades no Lincolnshire, 74,9% dos eleitores votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. Agora, revelou uma sondagem da Focaldata para o semanário The Observer, do jornal The Guardian, 40% dos inquiridos quer que o país estabeleça relações ainda mais estreitas com Bruxelas — e apenas 19% dizem que deve ser feito o contrário.
A tendência é generalizada em todo o Reino Unido, revelou a sondagem, feita através de entrevistas a mais de 10 mil eleitores britânicos: mais de metade dos inquiridos (53%) vê com bons olhos o estreitar de laços com a União Europeia, enquanto 14% apenas defendem o contrário.
Mais: 63% dos que responderam à sondagem consideram que o Brexit, votado em referendo em 2016 (51,89% disseram sim à saída, contra os 48,11% que votaram pela permanência), acabou por criar mais problemas do que os que efetivamente resolveu. Apenas 21% responderam o contrário, que foram mais as soluções do que os problemas causados pela saída da UE.
Uma das maiores bandeiras do Brexit, assinala o Guardian este domingo, era o “retomar do controlo de fronteiras” do Reino Unido, situação que acabou por não se verificar — há cerca de uma semana foram divulgados os números da migração líquida para o país, que em 2022 subiu 24% (para mais de 606.000) em relação ao ano anterior, em que, por sinal, já tinha registado o maior número de imigrantes de sempre a entrar no país.
Questionados sobre a política de emissão de vistos do Reino Unido, mais de metade dos inquiridos defenderam o seu aumento, para que mais trabalhadores estrangeiros possam entrar no país. 19% disseram querer mais vistos no geral e 32% especificaram que essas autorizações de residência devem ser disponibilizadas apenas para trabalhadores de setores com escassez de mão-de-obra. 23% dos inquiridos acham que o número de vistos emitidos deve ser reduzido.