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Imagens de satélite, captadas pela Maxar Tecnnologies, empresa privada de tecnologia espacial com sede nos Estados Unidos, mostram como era a região de Nova Kakhovka e como ficou depois da explosão desta terça-feira.
Nos blocos interativos que o Observador preparou com as fotografias divulgadas pela Reuters, é possível comparar o antes e o depois de várias zonas próximas da barragem. Basta arrastar a barra branca vertical, que se encontra a meio das imagens para poder ver as mudanças ao longo do rio Dnipro depois do dia 6 de junho.
As inundações já obrigaram mais de 17 mil pessoas a sair de suas casas, que ficaram inundadas, como mostram as imagens de satélite, que evidenciam a força da água. Apesar de o nível da água estar já a baixar, só nos próximos dias é que será possível perceber o verdadeiro impacto desta explosão. Foi o que disse, aliás, Martin Griffiths, subsecretário-geral para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, que avisou ainda que esta catástrofe “terá consequências graves para milhares de pessoas no sul da Ucrânia, em ambos os lados da linha da frente, através da perda de casas, de alimentos, de água potável e de meios de subsistência”.
Nas imagens seguintes, é possível ver que, depois da explosão, as margens do rio Dnipro, junto à barragem, praticamente desapareceram e todas as estradas ficaram submersas.
Em várias zonas, a maioria das casas ficou também submersa e, em alguns casos, só é possível ver os telhados. E dos espaços verdes também pouco sobrou.
As zonas de campo ficaram totalmente submersas, apesar de ter sido apontado esta quarta-feira que o nível da água deverá baixar consideravelmente nos próximos três dias. Ainda assim, os terrenos agrícolas que estão situados mais longe desta barragem também deverão sentir as consequências da explosão. O alerta foi dado pelo ministério da Agricultura da Ucrânia, que avisou que, a longo prazo, vários terrenos agrícolas poderão transformar-se em desertos, uma vez que a destruição da barragem poderá cortar o fornecimento de água a mais de 30 sistemas de irrigação só em Dnipro, Kherson e Zoporijia — o equivalente a mais de 580 mil hectares de terreno, onde são produzidos, essencialmente, cereais.
As imagens da Maxar Technologies — empresa norte-americana que tem divulgado, ao longo dos últimos anos, imagens de satélite de várias catástrofes para se perceber o seu impacto, como aconteceu nos terramotos na Turquia — foram esta quarta-feira divulgadas.
As inundações e o seu impacto são bem claros nestas imagens, mas o número de pessoas que podem ficar desalojadas depois da explosão tem vindo a aumentar. Esta terça-feira, foi dito que perto de 22 mil pessoas poderiam ficar sem habitação, mas um dia depois as autoridades ucranianas dizem que a explosão pode afetar cerca de 42 mil pessoas.
O acesso a água potável será também outra consequência destas inundações. Aliás, Zelensky referiu esta quarta-feira que “pelo menos 100 mil pessoas viviam nestas zonas antes da invasão russa”. “Pelo menos dezenas de milhares ainda estão lá. Centenas de milhares ficarão sem acesso a água potável”, acrescentou.
Até agora, a explosão acabou por resultar na morte três pessoas, por afogamento, como adiantou esta quinta-feira Yevhen Ryshchuk, o autarca pró-ucraniano de Oleshky.
Neste momento, ainda não foi confirmado o autor desta explosão, que destruiu grande parte da barragem. Ucrânia e Rússia já trocaram acusações, como aconteceu esta terça-feira à noite, durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.