O líder da coligação vencedora das legislativas na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, disse que em breve será conhecido o nome a ser proposto para chefiar o novo governo e garantiu estar aberto a falar com outros partidos.
“A plataforma nunca apresentou de forma clara quem seria o seu candidato a primeiro-ministro, é o que a plataforma vai fazer a partir desta altura”, disse Domingos Simões Pereira, quando questionado pela Lusa sobre quem seria apontado como primeiro-ministro, depois de o Presidente guineense ter recuado na sua decisão.
O chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou durante a campanha eleitoral que não nomearia Domingos Simões Pereira primeiro-ministro do país caso vencesse as legislativas, mas na quinta-feira, numa mensagem à Nação, reconheceu os resultados e recuou na sua intenção.
“Vamos ter reuniões e discutir essas questões e muito proximamente não só a comunicação social, como o conjunto do povo guineense, ficará a saber qual é a proposta da plataforma para o cargo de chefe de governo”, afirmou Domingos Simões Pereira, na sede do partido, em Bissau.
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Domingos Simões Pereira, presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), lidera a coligação Plataforma da Aliança Inclusiva – Terra Ranka, que venceu com maioria absoluta as legislativas de domingo na Guiné-Bissau, obtendo 54 dos 102 deputados do parlamento guineense.
“Temos de esquecer tudo o que ficou para trás, temos de olhar para frente, temos de olhar de forma positiva e o que vamos encontrar olhando para a frente são as leis e, portanto, quem é homem ou mulher de Estado tem de ter um compromisso com as leis”, disse o líder do PAIGC.
“O que se disse anteriormente ficou para trás, ao reconhecer que a plataforma PAI – Terra Ranka venceu as eleições, ninguém tem dúvidas que é sua responsabilidade apontar um primeiro-ministro, formar o governo e conduzir a ação governativa“, salientou Domingos Simões Pereira.
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Questionado sobre se a PAI – Terra Ranka está disponível para coligações, o líder do PAIGC afirmou que o partido já deu provas da sua “capacidade de abertura, diálogo e inclusão”.
“O que posso garantir é que estamos interessados e abertos a falar com todas as formações políticas, queremos ouvir todas as formações políticas, queremos analisar as várias ideias que essas formações podem trazer como contributo para aquilo que é o nosso programa eleitoral, se esse diálogo vai resultar num entendimento para uma eventual participação ou não, é algo que só o tempo irá dizer”, afirmou Domingos Simões Pereira.
Nas declarações, o líder da PAI – Terra Ranka destacou também que as prioridades do novo governo vão ser resolver o problema da fome, que se faz sentir no país devido à fraca campanha de comercialização da campanha de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau e do qual depende não só a economia, mas também, direta ou indiretamente, 80% da população.
Domingos Simões Pereira destacou também como prioridades imediatas garantir que o próximo ano letivo começa na data prevista e que decorra sem interrupções e a reintegração de dezenas de técnicos de saúde essenciais para um melhor funcionamento do setor.
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A Comissão Nacional de Eleições divulgou na quinta-feira os resultados das eleições legislativas do passado domingo que deram a vitória à coligação PAI – Terra Ranka com 54 dos 102 deputados ao parlamento, conquistando assim a maioria absoluta.
Os resultados provisórios indicam também que o Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) obteve 29 deputados na Assembleia Nacional Popular, mais dois assentos do que em 2019 e o líder do partido, Braima Camará, já felicitou o vencedor, manifestando-se pronto para colaborar e ajudar a arranjar soluções de estabilidade política para o país.
O Partido de Renovação Social (PRS) conseguiu 12 deputados, uma grande descida em relação às legislativas de 2019, quando obteve 21 assentos, e o líder da formação política, Fernando Dias, disse que respeita a vontade do povo e a mensagem de “repreensão pela companhia em que se encontrava”, referindo-se ao facto de ter integrado o anterior governo.
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O Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), criado no final de 2021, e liderado por Botche Candé, obteve seis deputados na sua estreia eleitoral.
O grande derrotado nas eleições legislativas é a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, liderada pelo primeiro-ministro cessante Nuno Gomes Nabiam, que obteve apenas um deputado, quando em 2019 elegeu cinco deputados.