O nível da água começou a diminuir na região afetada pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, mas mais de 25.000 casas estão danificadas e continua a aumentar o número de deslocados, foi esta sexta-feira divulgado.

De acordo com um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), quatro dias após o incidente “as inundações começaram a diminuir, embora o desastre ainda esteja a causar deslocamentos e a aumentar as necessidades humanitárias”.

Nas áreas da região de Khersonska sob controlo ucraniano, 320 pessoas foram retiradas das suas casas nas últimas 24 horas, aumentando o número total de pessoas que fugiram para mais de 2.500, segundo a Organização Internacional para Migração (OIM), citada pela OCHA.

Ainda na região controlada por Kiev, quase 40 vilas e cidades foram “severamente afetadas pelas inundações, com mais de 3.620 casas registadas como danificadas até o momento”.

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Já as autoridades apoiadas por Moscovo naquela região divulgaram esta sexta-feira que o número de casas inundadas aumentou para mais de 22.000, com “graves consequências humanitárias para milhares de pessoas”.

Segundo informações divulgadas também esta sexta-feira pelas autoridades ucranianas e russas, as inundações terão provocado já 13 mortos.

A coordenadora humanitária da OCHA para a Ucrânia, Denise Brown, liderou esta sexta-feira um comboio humanitário interagências com suprimentos adicionais para a cidade de Bilozerka, numa das zonas controlada pela Ucrânia “mais afetada pelas inundações”.

“Os trabalhadores humanitários continuam os seus esforços para aumentar a assistência humanitária, alcançando mais de 30.000 pessoas com ajuda crítica, principalmente alimentos e água”, salientou a OCHA no seu relatório.

A destruição da barragem da Central Hidroelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, já é considerada um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas.

A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição da barragem, construída no rio Dniepre na década de 1950.

Desde o início da guerra, a ONU apresentou como confirmados 8.983 civis mortos, dos quais 879 vítimas de minas terrestres e outros engenhos por explodir, incluindo 94 crianças, e 15.442 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.