Há já algum tempo que as despedidas vinham a ser feitas, mas, com o aproximar do fim do Fiesta, impõe-se recordar a homenagem que a Ford lhe prestou, num vídeo onde um pai lê ao filho uma história de embalar, acerca de um carro especial que, curiosamente, surgiu aos olhos do público pela primeira vez nas 24 Horas de Le Mans, em Junho de 1976.

Esse modelo foi projectado para conquistar a Europa com um carro simples, capaz de servir as necessidades de uma pequena família, barato e prático. Em suma, uma proposta economicamente competitiva e que interessou durante nada menos que 47 anos. Antes de chegar aos 50, o Fiesta deixa de interessar à Ford e, no final deste mês, deixa de ser produzido, conforme aqui relatámos.

Fiesta de despedida. Utilitário da Ford vai deixar de ser produzido

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Dir-se-ia que este é o fim da história, mas a marca da oval azul prefere fechar um capítulo para escrever outro. Aliás, num passado recente, têm sido vários os capítulos que a Ford tem vindo a dar por terminados. O Mondeo saiu de cena em 2022 e, nesta Primavera, foi a vez dos monovolumes Galaxy e S-Max saírem definitivamente da linha de produção. A gama europeia do construtor norte-americano tem vindo a reduzir-se para, alegadamente, ganhar espaço para crescer na frente eléctrica, seja nos veículos comerciais, seja nos ligeiros de passageiros. Os primeiros deverão representar, em 2030, dois terços das vendas com modelos híbridos plug-in (PHEV) e viaturas a bateria (BEV). Já em relação aos segundos, o compromisso firmado em 2021, vai no sentido de toda a gama ter uma versão PHEV ou BEV já em meados de 2026, para quatro anos depois a Ford comercializar só e apenas modelos 100% eléctricos na Europa.

Uma das pedras que vai servir de base a essa estratégia é, precisamente, o substituto do Fiesta, que será um B-SUV a bateria. A dúvida é se essa proposta surgirá como a variante eléctrica do actual Puma, que por sua vez recorre à base do Fiesta, ou se como um produto projectado de raiz para tirar o máximo partido da mecânica eléctrica. O certo é que – e esta promessa também remonta a 2021 – a fábrica da Ford em Colónia, na Alemanha, recebeu um investimento de 2000 milhões de dólares para acolher um novo centro de produção de veículos eléctricos, que foi inaugurado esta segunda-feira. E o prometido é que, ainda este ano, aí nascerá “o primeiro veículo eléctrico da companhia, de produção em massa e destinado aos clientes europeus”. O Fiesta morre ou, como a marca prefere descrever, despede-se com a sua missão cumprida. Foram sete gerações que não terão continuidade, mas a história continua.