Contrariamente ao que alguns comentadores têm dito não foi André Pestana do STOP o responsável pelo cartaz que no dia 10 de junho levou António Costa a queixar-se de racismo. O autor  chama-se Pedro Brito, é professor e ilustrador, pertence à Fenprof, e recusa as acusações de racismo. “Não tem absolutamente nada de racista”, afirmou o professor em entrevista ao Jornal de Notícias. Em relação à reação do primeiro-ministro, disse que lhe pareceu “um homem desesperado e que não sabe muito bem o que está a dizer”. Pedro Brito é professor há 26 anos, nasceu em Matosinhos e dá aulas em Évora, a mais de 300 quilómetros de casa. Esteve presente na manifestação no dia 10 de junho, no Peso da Régua.

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O referido cartaz mostra António Costa com um nariz de porco e lápis espetados nos olhos. “O nariz é para que daqui a uns aninhos, possa com os meus alunos ver o nariz fofinho de um primeiro-ministro desastroso que não pensa na escola pública”, explicou o professor ao jornal. Pedro Brito é sindicalizado no Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), afeto à Fenprof, mas assume a ilustração como sua. “Isto não é a palavra do sindicato. Esta é a minha palavra e daqueles que querem erguer a mesma mensagem”, diz o autor. No seu site é possível ver mais ilustrações  com outras figuras da política portuguesa, como por exemplo Marcelo Rebelo de Sousa e Pedro Nuno Santos. Pedro Brito falou com a Rádio Observador na manhã.

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No entanto, alguns comentadores têm atribuído a responsabilidade do cartaz a André Pestana, no STOP. Ana Gomes, por exemplo, no seu comentário habitual ao domingo à noite na Sic notícias, comparou André Pestana a André Ventura. “O André do STOP está ao nível do outro André da extrema direita”, disse a ex-eurodeputada. E chamou a atenção para o facto de João Costa, ministro da Educação não ser “representado como um porco” nos cartazes, como aconteceu com o primeiro-ministro, e isso, acrescenta, “é significativo de que é um cartaz “inqualificável, racista”.

Já Luís Marques Mendes classificou a situação como “lamentável, censurável, de muito mau gosto, ofensivo” e concluiu, “isto não se faz”, porque entende que o primeiro-ministro deve ser respeitado, segundo explicou no seu espaço de comentário ao domingo à noite na Sic. O comentador acentuou ainda o facto de se tratar de professores, que “é suposto educarem, serem boas referências e não maus exemplos”. E esclarece ainda que, mesmo tratando-se de uma minoria, “é uma minoria que contamina todos os outros”.

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António Lobo Xavier, no programa “Princípio da Incerteza” na CNN Portugal, confessou sentir-se solidário com António Costa e com João Costa e disse estar “revoltado e chocado”, assumindo que não seria uma posição que se esperaria, à partida, da sua parte. “São cartazes de um extremo mau gosto, de uma extrema agressividade, de uma inaceitável agressividade, que fazem qual pessoa decente e de bem estar do lado primeiro-ministro e até do ministro da Educação.”

A Fenprof demarcou-se este domingo da polémica dos cartazes que envolveram a imagem do primeiro-ministro. “A Fenprof demarca-se daquelas imagens, considerando que para se exigir respeito é necessário saber respeitar. Se a lutar também se está a ensinar, não se podem usar como armas o insulto e populismo. Imagens como as que foram exibidas não dignificam os professores e a sua justa luta”, afirmou a estrutura sindical em comunicado enviado domingo às redações.

A Federação Nacional da Educação (FNE) também se afastou da polémica declarando que “repudia veementemente o uso de imagens e palavras insultuosas que prejudicam as reivindicações dos professores e transmitem uma imagem incorreta e indigna dos educadores portugueses perante a sociedade”, segundo se pode ler no comunicado publicado online.

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