Menos de um mês após a estreia, foi confirmada esta quinta-feira a segunda temporada de “Rabo de Peixe”. A confirmação foi dada ao Observador por Augusto Fraga, o criador, co-argumentista e co-realizador da segunda série portuguesa na Netflix.
“A história do Eduardo não podia terminar assim. Por todas as pessoas que se emocionaram, riram e sofreram com aquele grupo de amigos de ‘Rabo de Peixe’, prometemos uma segunda temporada emocionante e surpreendente. Sinto-me muito orgulhoso pelo carinho que recebemos, nos Açores, no resto do país e muito além das nossas fronteiras. Uma vez mais, o talento português vai encher os ecrãs da Netflix em todo o mundo”, disse Augusto Fraga, citado no comunicado oficial da plataforma de streaming.
Também os produtores da série manifestaram o seu entusiasmo por “produzir a segunda temporada de ‘Rabo de Peixe'”: “É uma oportunidade incrível de continuar o trabalho feito, mas também de reafirmar o potencial das séries portuguesas dentro e fora de portas”, afirmam Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola. Do lado dos guionistas, João Tordo foi um dos mais efusivos, que dedicou esta segunda temporada a quem tornou a série num sucesso. “Para nós, é uma conqusita do público. Foi por causa dele – e do sucesso da série dentro e fora de portas — que a Netflix decidiu avançar para a segunda temporada”, contou ao Observador.
Quanto ao rumo que “Rabo de Peixe” poderá tomar, ainda pouco se sabe. Mas João Tordo aponta, para já um caminho: um que ainda não tinha sido trilhado pela ficção nacional. “Ainda não tínhamos chegado ao grande público nacional e internacional com uma história muito bonita e para todos, contrariando, de certa maneira, o que sempre aconteceu até agora: quando se falava de ‘sucessos’ portugueses lá fora, eram em festivais de cinema. ‘Rabo de Peixe’, pelo contrário, é um sucesso de público, com uma narrativa trabalhada, uma realização incrível e actores de luxo. E isso é que é maravilhoso para nós”, disse.
Por outro lado, o showrunner, Augusto Fraga, garante que quer “manter o ADN da história, que seja emocionante e cheia de adrenalina”, sem porém, levantar o véu sobre o que vai acontecer na trama. “Sinto-me muito orgulhoso pelo carinho que recebemos, nos Açores, no resto do país e muito além das nossas fronteiras. Uma vez mais, o talento português vai encher os ecrãs da Netflix em todo o mundo”, conta ao Observador.
Com muito ritmo, cor, ação e humor, “Rabo de Peixe” foi a primeira série nacional a chegar tão longe num ranking mundial. Apenas dois dias depois de ter ficado disponível, estava no top das séries mais vistas em 11 países. Atualmente, está pela terceira semana consecutiva no primeiro lugar da Netflix em Portugal.
No entanto, apesar do sucesso, as críticas não tardaram em chegar. Fosse pelo sotaque açoriano — ou pela falta dele —, pelo vernáculo utilizado ou pela imagem que a série passa da vila piscatória, alguns espectadores portugueses consideraram-na “pouco autêntica”.
“Sinto que somos mais duros com o que é nosso, mas devemos ser”, comentou Helena Caldeira, atriz que deu vida à personagem de Sílvia, numa conversa com o Observador. “Desde que seja construtivo, é ótimo”, acrescentou.
Já o Presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, depois de ver o primeiro episódio, considerou que a série transmite uma “mensagem forte para que os jovens” se “desviem do caminho mais fácil” da droga.
“Rabo de Peixe” estreou na Netflix a 26 de maio e é inspirada no caricato episódio que decorreu em 2001 quando meia tonelada de cocaína deu à costa ao largo da região norte da Ilha de São Miguel, nos Açores.
Ao longo de sete episódios, os espectadores acompanham a história de um grupo de amigos, protagonizados por José Condessa (Eduardo), Helena Caldeira (Sílvia), Rodrigo Tomás (Rafael) e André Leitão (Carlinhos), com grandes sonhos americanos, que julgam ter encontrado a oportunidade para terem uma vida melhor e sair da ilha.
“Rabo de Peixe”: uma série que sabe nadar no aquário dos grandes