Na sequência de acusações de “propaganda russa”, Vladimir Pliassov, líder do Centro de Estudos Russos na Universidade de Coimbra (UC), foi demitido. A instituição universitária afirmou desconhecer contrato com docente a título gracioso, no entanto, há um despacho da reitoria a autorizar a contratação.
A informação é avançada esta quarta-feira pelo jornal Público, que revela uma cópia do contrato assinado em agosto do ano passado para o presente ano letivo. A contratação foi autorizada por um despacho do vice-reitor Luís Neves, pode ler-se.
O documento contraria as declarações de Amílcar Falcão, reitor da UC, a 10 de maio, quando afirmou à Rádio Renascença não conhecer este contrato. “A contratação, ou melhor, a existência de um contrato com a UC não foi feita com o meu conhecimento. Assim que tomei conta do que se estava a passar dei indicações para a rescisão do contrato e, portanto, o contrato a esta hora deve já estar rescindido”, disse então. A 26 de maio, a instituição de ensino enviava novo esclarecimento sobre a continuidade do antigo professor: “A reitoria, ao tomar conhecimento efetivo deste acordo, cessou-o de imediato no quadro jurídico aplicável.”
Vladimir Pliassov, então professor do Centro de Estudos Russos da Universidade de Coimbra, viu o seu vínculo ser rescindido no mês passado, na sequência de acusações de “propaganda russa” num artigo de opinião publicado no Observador e no Jornal Proença, assinado por dois ativistas ucranianos. Olga Filipova e Viacheslav Medviedev acusavam a Universidade de Coimbra de ser “um espaço para transmitir a propaganda imperial russa e a cultura que criou a Rússia moderna.” A demissão do professor da Universidade de Coimbra sem processo disciplinar foi vista com maus olhos por parte de docentes, que fizeram um abaixo-assinado exigindo a abertura de um processo de averiguação aos factos por considerarem que não foi respeitada a presunção de inocência.