O primeiro-ministro considerou que a mais recente estimativa do Banco de Portugal (BdP), revendo em alta de 1,8 para 2,7% o crescimento económico em 2023, é resultado de uma transformação estrutural da economia portuguesa.
Esta posição foi transmitida por António Costa no final de uma visita esta sexta-feira à multinacional Schréder, em Carnaxide, concelho de Oeiras, empresa apontada como líder mundial em soluções inteligentes no mercado da iluminação.
No seu breve discurso, o líder do executivo referiu-se à evolução das qualificações em Portugal ao longo dos últimos 30 anos e associou-a à projeção agora avançada pelo BdP sobre o crescimento da economia portuguesa em 2023 e em 2024.
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“O BdP publicou as novas previsões para o crescimento económico deste ano. Tinha previsto 1,8% e aumentou para 2,7%, o que representa uma grande subida nas perspectivas de crescimento económico para 2023”, sustentou. No entanto, de acordo com António Costa, mais importante que esta estimativa de crescimento “é sinalizar que esse crescimento assenta numa mudança estrutural da economia portuguesa”.
“O primeiro fator que o BdP enfatiza é o das qualificações”, declarou, tendo ao seu lado o ministro da Economia, António Costa Silva, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, e o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais.
De acordo com dados da Schréder, empresa do ramo da iluminação que iniciou a sua atividade em Portugal em 1956, a sua faturação atingiu os 50 milhões de euros no ano passado, tem 197 funcionários e 60% da produção industrial é para exportação.
No seu discurso, o primeiro-ministro lembrou que a Schréder chegou a Portugal na década de 50, para produzir luminárias, e que é por isso “a demonstração prática da evolução da economia portuguesa”.
“Hoje, esta empresa não se limita a produzir luminárias. Cria em Portugal novos produtos. Tem excelentes operários, mas também dispõe uma excelente gama de engenheiros, dos quais 10 doutorados. Essa transformação estrutural que esta empresa representa um exemplo é uma das realidades que está a acontecer hoje no país”, advogou.
Neste contexto, António Costa destacou que as exportações das componentes de automóveis de empresas instaladas em Portugal “aumentaram 22%”.
“Somos o primeiro país europeu na produção de bicicletas e fornecemos um quarto do mercado europeu das bicicletas, em particular das elétricas”, assinalou, antes de realçar as funcionalidades de um candeeiro que está a ser produzido pela Schréder.
“Este candeeiro também permite carregar carros elétricos e disponibiliza informação fundamental para uma gestão mais eficiente do espaço urbano, porque dá informações sobre a humidade e o clima, permitindo gerir a rega. Também melhora a regulação do sistema semafórico, já que dá informações sobre o tráfego”, especificou.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu ainda que as empresas portuguesas demonstraram uma elevada resiliência, alegando que resistiram a dois anos de pandemia da Covid-19 e responderam positivamente a choques externos.
“Outra marca muito importante é a capacidade que temos de enfrentar choques inesperados e com a violência daqueles que temos conhecido“, sustentou. Antes, o administrador da Schréder Nicolas Keutgen procurou salientar a vertente de investigação realizada pela sua empresa em Portugal, tendo em vista a produção de novos produtos.
“Esperamos ter impacto não apenas na economia portuguesa, mas também na sociedade e no meio ambiente do país”, disse.