O primeiro-ministro, António Costa, desafiou a Universidade de Évora (UÉ) e as entidades da saúde a pensarem na possibilidade de o novo Hospital Central do Alentejo, em construção na cidade, abarcar a vertente de formação de médicos.
“Precisamos de mais médicos e de reforçar a capacidade formativa e este novo hospital, com as suas novas valências, cria as condições para podermos ter uma outra ambição para alargar também ao sul a formação de médicos”, afirmou.
António Costa falava após uma visita às obras do novo hospital e da assinatura de um protocolo que permite à Câmara de Évora construir acessibilidades e redes de água e saneamento da unidade hospitalar, integradas na iniciativa “Governo Mais Próximo”. Segundo o chefe do Governo, “a esmagadora maioria dos profissionais de saúde está mesmo a norte”, o que faz com que existam “dificuldades crescentes” com recursos humanos na saúde no Algarve, Alentejo e até na zona de Lisboa.
“Há várias medidas que são necessárias, mas uma delas é a descentralização e a multiplicação dos centros de formação médica”, sublinhou, considerando que este objetivo “é uma grande oportunidade” para a UÉ e para o novo hospital. Na sua intervenção, o primeiro-ministro lançou um repto à reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, e à presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, Maria Filomena Mendes.
“Podem nas horas livres das vossas atividades começar a inscrever o trabalho de pensar o que é que se pode fazer depois do depois da conclusão desta obra entre o novo hospital e a universidade de Évora“, incitou.
Agradecendo aos profissionais que exercem no atual do Hospital do Espírito Santo de Évora, devido às limitações dos edifícios, Costa frisou que a construção da nova unidade hospitalar era prioritária e irreversível, agora que estão a decorrer as obras. O futuro hospital, que está a ser construído pela Aciona na periferia de Évora, vai ocupar uma área de 1,9 hectares e está previsto que tenha uma capacidade de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, se necessário, até 487.
Com 30 camas de cuidados intensivos/intermédios e 15 de cuidados paliativos, a nova unidade vai ter, entre outras valências, 11 blocos operatórios, três dos quais para atividade convencional, seis para ambulatório e dois de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
A empreitada, que está prevista estar concluída no final deste ano ou início de 2024, envolve um investimento total de cerca de 210 milhões de euros.