Ainda não é conhecido o desfecho da viagem do submersível Titan, que está desaparecido desde domingo, mas o acidente com o aparelho relembra muitos outros casos do passado com navios – e finais diferents.  O El Español relembra cinco casos que ficaram para a história, além do sobejamente conhecido Titanic, cujos destroços motivam hoje viagens turísticas como aquela que levou ao desaparecimento do submersível com cinco tripulantes a bordo.

Foi a 15 de novembro de 2017, por exemplo, que  um submarino da armada argentina desapareceu com 44 tripulantes a bordo. A embarcação dirigia-se a Mar del Plata, em Buenos Aires, quando, a 400 quilómetros da costa, deixou de conseguir comunicar com a equipa de controlo. O comandante ainda chegou a alertar para a entrada de água por uma conduta de ventilação que se infiltrou nas baterias elétricas, detalha a publicação espanhola. Horas depois do desaparecimento, observou-se uma explosão. Um ano depois, o submarino foi encontrado a 900 metros de profundidade. Ninguém saiu com vida.

Titan. O caos emocional a 3800 metros de profundidade e as dificuldades de resgatar tripulantes com vida

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Anos antes, em 2005, foi um submarino russo que ficou preso no fundo do oceano Pacífico. Os sete tripulantes ficaram a 190 metros de profundidade com reservas de oxigénio para apenas três dias. O aparelho tinha 13,5 metros de largura e 5,7 de altura e ficou preso numa rede de pesca durante um exercício militar. Equipas dos Estados Unidos da América e do Reino Unido ajudaram no resgate, enquanto os que iam a bordo “se mantinham enrolados em cobertores térmicos para manter o calor do corpo de minimizar o consumo de oxigénio”, recorda a BBC.  Três dias depois, o submarino tornou à superfície e os sete tripulantes foram encontrados com vida.

Foi em 2000 que aconteceu aquele que é considerado uma das maiores tragédias subaquáticas da história. Duas explosões fizeram com que o aparentemente inafundável submarino russo Kursk afundasse. 118 pessoas morreram. O aparelho com 154 metros de comprimento ficou a uma profundidade de 116 metros, no mar de Barents, a este da Peninsula Rybachi, a 80 quilómetros da costa. Recorda o El Español que “o governo de Putin comunicou que os 118 tripulantes a bordo tinham morrido antes de o submarino ter chegado ao fundo do mar”. Porém, um bilhete no bolso de Dmitri Kolesnikov, capitão-tenente bordo do submarino russo Kursk, escrito às 13h15 do dia 12 de agosto de 2000, encontrado nos destroços mais tarde, acabaria por contrariar essa tese.

“Há 23 pessoas aqui. Tomámos essa decisão porque nenhum de nós pode escapar. Estou a escrever isto às escuras”, lia-se no bilhete em que o capitão-tenente explicava a movimentação de pessoas no interior do submarino. A carta de Dmitri Kolesnikov, apesar de dirigida à família, é a única prova existente de que houve 23 sobreviventes às duas explosões que destruíram grande parte do aparelho e que acabariam por morrer nas águas do Ártico.

Outro acidente acontece 12 anos antes. Nomeado pela marinha peruana como Pacocha, o submarino colidiu com um navio de pesca japonês Kiowa Marú próximo do porto de Calla, em 26 de agosto de 1988. O choque provocou fissuras na embarcação e, mesmo tendo a tripulação tentado lutar contra a força da água e evitar uma inundação, o submarino acabou por afundar. Recorda o El Español que das 52 pessoas da tripulação, oito morreram durante o naufrágio, e muitas sofreram sequelas. Um ano depois, a marinha peruana trouxe o Pacocha de volta a superfície, depois de injetar ar no interior do navio.

Para a História ficou também a dramática missão de resgate do o submarino norte-americano Squalus, a 23 de maio de 1939. Na origem do acidente esteve uma falha no funcionamento que permitiu a entrada de água na parte posterior do submarino. O resgate liderado pelo tenente a bordo, Charles Momsen, resultou no salvamento dos 33 tripulantes a bordo e deu origem até a um filme sobre o tema, “Submerged” (2001).