Era uma grande oportunidade, rapidamente se tornou uma mera questão de tempo. Apesar de ter algumas cláusulas de recompra de passes mediante um determinando número de encontros oficiais realizados, há muito que o Sporting pretendia acelerar esse processo em relação a dois dos principais ativos do plantel de Rúben Amorim: Pedro Gonçalves e Ugarte. As negociações por um acabaram por precipitar o negócio do outro. E se esse acordo com o Famalicão de quase dez milhões de euros estava há muito alcançado nas suas principais bases, foi anunciado ainda antes de sexta-feira, dia em que encerra o exercício de 2022/23.

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Assim, e de acordo com o comunicado enviado na noite desta quarta-feira à CMVM, a SAD leonina começou por explicar no ponto 1 que comprou mais 10% de Manuel Ugarte por dois milhões de euros, passando assim a ter 80% dos direitos económicos do internacional uruguaio. “Mais se informa que o valor do mecanismo de solidariedade é suportado pela Famalicão SAD”, acrescenta a missiva. Os famalicenses ficam na mesma de 20%, sendo que o médio já custou ao Sporting um total de 12,5 milhões de euros: 6,5 milhões quando foi contratado no verão de 2021 por 50% do passes, mais dois milhões por 10% do passe por ter feito mais de 30 jogos em cada uma das épocas até aqui e agora mais dois milhões para chegar aos 80%.

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Desta forma, Ugarte fica como o terceiro jogador mais caro de sempre, ultrapassando no top 3 Luciano Vietto e Bas Dost e ficando apenas atrás do avançado Paulinho. Custo? Não, investimento. E um investimento certo: o Sporting já chegou a acordo para vender o uruguaio ao PSG por 60 milhões de euros, o valor da cláusula de rescisão que tinha em Alvalade, o que permite ao Sporting receber 48 e não “apenas” 42 milhões de euros como se não tivesse os tais 80%. Ou seja, gastou dois para ir buscar mais seis, num acordo que deverá apenas ser anunciado a partir de sábado, entrando dessa forma só no exercício de 2023/24.

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O Famalicão estava ao corrente dessas negociações conduzidas pelo agente Jorge Mendes e, em paralelo, foi negociando também grande parte dos 50% do passe que tinha de Pedro Gonçalves. “A Sporting SAD chegou a acordo para a aquisição de uma parcela adicional de 40% dos direitos económicos do jogador Pedro Gonçalves pelo montante de sete milhões de euros, acrescido de 700.000 euros de custos de financiamento decorrentes da extensão do prazo de pagamento”, anunciaram os leões em comunicado, passando assim a deter 90% do passe do internacional português que chegou a Alvalade em 2020 por apenas 50%.

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Com isso, Pedro Gonçalves, melhor marcador do Sporting nas últimas três temporadas, fica como o segundo jogador mais caro de sempre do clube, com um total de 14,2 milhões de euros investidos em 90% do passe após os 6,5 milhões pagos inicialmente ao Famalicão apenas superado por Paulinho e os 16 milhões de euros pagos ao Sp. Braga por 70% do passe. Custo? Não, investimento. E um investimento certo: nesta fase, os leões já tiveram abordagens por três vezes mais do que o valor pago pelos direitos económicos mas entendem que o jogador deve apenas sair por um montante mais próximo daquela que é a atual cláusula de rescisão de 80 milhões de euros, podendo mesmo superar a venda de Bruno Fernandes. Para já, e no atual cenário e contexto, só muito dificilmente Pote sairá este verão… a não ser que chegue uma oferta “de loucos”.

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Em paralelo, e numa operação que depende apenas dos responsáveis para conhecer a data da formalização (a tal diferente de ser antes ou depois de 1 de julho em termos de contas), Tiago Tomás, avançado que esteve emprestado no último ano e meio ao Estugarda, vai continuar na Bundesliga mas ao serviço do Wolfsburgo, que garantiu a contração do internacional Sub-21 por (pouco) menos do que estava estipulado na cláusula de opção: oito a nove milhões de euros fixos, mais 1,5 milhões de variáveis e percentagem de uma futura venda.