No sábado à tarde, na sequência das várias conversações que foram mantidas ao longo das últimas semanas, Manuel Ugarte era jogador do Chelsea. O Sporting aceitava as condições que tinham sido apresentadas pelos ingleses, que pagavam a cláusula de rescisão com mais alguns bónus via objetivos desportivos, o uruguaio aceitava o contrato apresentado pelo clube inglês e, segundo explicaram ao Observador, a única dúvida que estava ainda em cima da mesa prendia-se com a possibilidade de haver ainda uma negociação paralela com o Famalicão para tentar resgatar parte dos 30% do passe do jogador que o conjunto nortenho mantém. Agora, o médio já se encontra em Paris para realizar exames médicos e assinar com o PSG, mesmo não havendo ainda qualquer certeza em relação ao treinador que irá assumir o campeão na próxima temporada. Ou seja, em 36 horas tudo mudou. E foi a última oferta dos parisienses que alterou todo o cenário montado.

Sporting com princípio de acordo com Chelsea para venda de Ugarte por 60 milhões de euros

Quando o Sporting fechava a compra de mais 10% do passe do internacional uruguaio (que ficou de fora das opções de Marcelo Bielsa na primeira convocatória para a seleção), num negócio que deixou também mais alinhavado o resgate de uma percentagem do passe de Pedro Gonçalves ao Famalicão, o PSG inteirou-se do avanço do Chelsea e apresentou uma nova oferta ao Sporting pelo médio. O que mudava? Para o conjunto de Alvalade, além dos 60 milhões da cláusula de rescisão, acrescentava um valor superior também por performance desportiva; para o jogador, um salário maior do que tinha sido apresentado pelos ingleses, neste caso o dobro dos 3,5 milhões de euros líquidos por temporada e sem a longevidade dos blues, que continuam apostados em assinar vínculos a longo prazo de seis a oito anos. Ugarte nunca escondeu a vontade de jogar na Premier League mas, ao mesmo tempo, teria com os franceses a hipótese de jogar a Champions.

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Segundo o jornalista Fabrizio Romano, especialista no mercado de transferências internacional, terá sido o próprio Chelsea que, perante aquilo que os franceses apresentaram, deixou cair a proposta em cima da mesa e abriu espaço para o PSG resgatar o internacional sul-americano de 22 anos, que deverá ser a segunda contratação do clube após o acordo com Marco Asensio, avançado espanhol que terminou contrato com o Real Madrid. Se no sábado aquilo que estava alinhavado era uma viagem a Londres durante a semana para exames médicos e assinatura de contrato (ainda sem dia marcado), esta segunda-feira Ugarte deslocou-se a França para fazer o mesmo mas pelo PSG, num negócio conduzido pelo agente Jorge Mendes e tratado em Alvalade por Hugo Viana, diretor desportivo que fica com posição reforçada depois da saída de Bernardo Morais Palmeiro, advogado que foi três anos assessor da SAD para as áreas jurídica e negocial.

Faltando ainda confirmação oficial dos valores finais, Ugarte será sempre a segunda maior venda da SAD leonina, apenas atrás de Bruno Fernandes que saiu para o Manchester United por 55 milhões de euros mas já rendeu mais dez milhões por objetivos desportivos (e pode ainda render mais), com o pagamento de 60 milhões de euros mais eventuais bónus de performance. A esse valor serão depois deduzidos os habituais 10% do custo de intermediação – que podem ou não ser assumidos pelo PSG – e os 20% do passe que ainda pertencem ao Famalicão. O médio deverá assinar por cinco temporadas pelo campeão francês. Não são conhecidos ainda os detalhes sobre quem fica com o pagamento do mecanismo de solidariedade, algo que estava previsto nessa última oferta do Chelsea que deixou tudo aparentemente certo no sábado.

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Em paralelo, e olhando para os custos totais que o Sporting teve com o jogador, Ugarte foi contratado por 6,5 milhões de euros por metade do passe, tendo depois os leões resgatado mais duas percentagens de 10% pelo número de jogos realizados a troco de dois milhões de euros cada, o mesmo pago pela mais recente compra da fatia que confere agora 80% ao conjunto verde e branco. Contas feitas, somando todos os montantes que foram investidos no uruguaio, o médio ficou também como a segunda contratação mais cara dos leões até ao momento, ficando apenas atrás de Paulinho, que custou 16 milhões de euros por 70% do passe.

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