As forças de Israel começaram esta terça-feira a retirar de Jenin, cidade na Cisjordânia que nos últimos dois dias foi palco da maior operação israelita na região nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o governo da Palestina deu conta de um novo bombardeamento, que fez pelo menos um morto.

Civis ouvidos no terreno pela Reuters deram conta de ter visto caravanas de veículos militares a abandonar a cidade, sinalizando o aparente fim da operação. Horas antes, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tinha afirmado que a ofensiva estava “perto” de terminar.

Ainda assim, ao final da tarde continuavam a ouvir-se explosões no território, onde se encontra um camp de refugiados com milhares de pessoas, bem como notícias que davam conta de um tiroteio perto de um hospital entre rebeldes palestinianos e membros da Força de Defesa de Israel (IDF). O Ministério da Saúde da Palestina deu conta de que três pessoas ficaram feridas neste incidente.

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Contas feitas, a operação militar provocou a morte de 12 palestinianos. Citado pelo jornal Haaretz, um porta-voz da IDF disse que as milícias no território “representavam uma ameaça” aos soldados que tentavam abandonar o campo de refugiados de Jenin, sendo “mais um exemplo de terroristas a apropriarem-se de estruturas civis”.

A operação colocou no terreno mais de mil militares israelitas e começou com um ataque com drones ao início da manhã de segunda-feira. O objetivo declarado pelo governo de Tel-Aviv passava por destruir infraestruturas militares e armas no campo de refugiados de Jenin. Em declarações aos jornalistas, Netanyahu deixou antever que operações futuras voltarão a ocorrer na cidade.

“Neste momento estamos a completar a missão e estou em condições de afirmar que a nossa extensa atividade em Jenin não será uma operação de uma só vez”, admitiu o chefe do governo israelita. O campo de refugiados alberga cerca de 14 mil pessoas numa área inferior a um quilómetro quadrado, e tem sido o foco de uma série de episódios de violência na Cisjordânia que têm alarmado a comunidade internacional.

O final da operação acontece ainda no mesmo dia em que um ataque com um carro em Tel-Aviv feriu pelo menos oito pessoas na capital israelita. O suspeito, um homem palestiniano de cerca de 20 anos, foi morto no local por um civil armado. O governo israelita já garantiu que não vai ceder perante quaisquer “atos de terrorismo palestiniano” e prometeu intensificar a atividade de combate contra as milícias palestinianas.

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