De Abril a Junho, a Tesla comercializou 466.140 unidades, o que representa um incremento de 10,4% face ao trimestre anterior e constitui um novo recorde para a marca. Simultaneamente, o construtor ultrapassou as expectativas de Wall Street, cujos analistas previram 448 mil veículos vendidos. Entre as unidades transaccionadas, 446.915 foram Model 3 ou Model Y, com os Model S e Model X a representarem 19.225 novos registos.

No mesmo período, a capacidade de produção da Tesla também aumentou, atingindo 479.700 unidades, uma subida de 9,1% face ao primeiro trimestre do ano. Entre os modelos fabricados, 96% foram Model 3/Y, com os Model S/X a representar apenas 4%. Além do incremento da produção, a Tesla conseguiu reduzir o número de veículos em trânsito ou em stock, com uma diferença de apenas 2,7% entre os veículos produzidos e entregues a clientes, contra 4,1% no trimestre anterior. Para esta melhoria deverá ter contribuído o aumento da produção da fábrica de Berlim, que assim reduz a necessidade de transportar Model Y a partir da China.

Depois de comercializar 938 mil veículos em 2021 e 1,3 milhões em 2022, a Tesla parece apontada aos 1,8 milhões de unidades que estabeleceu como objectivo para 2023. Este é um crescimento notável por ter sido conseguido sem novos modelos e por meio de uma agressiva política de redução de preços.

Resta agora esperar pelo anúncio dos resultados financeiros no 2.º trimestre, o que permitirá constatar o efeito da redução no preço dos veículos nos lucros da empresa ou se o incremento de unidades transaccionadas é compensatório. Nos primeiros três meses de 2023, a Tesla anunciou lucros EBITDA de 18,3%, abaixo dos 22-24% que praticava antes do corte nos preços, mas ainda assim mais do dobro – na maioria dos casos, até mais do triplo – de muitos construtores tradicionais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR