O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou, esta segunda-feira, que o redesenho da rede da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) para o núcleo central da Área Metropolitana deverá estar consensualizado no início de 2025.
“No início de 2025, em princípio, temos uma nova rede consensualizada”, afirmou Rui Moreira durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na segunda-feira a noite.
Questionado pelo eleito do BE, Rui Nóvoa, sobre o projeto e a necessidade da STCP “alargar a novas zonas de operação”, Rui Moreira esclareceu que o redesenho da rede para o núcleo central da Área Metropolitana do Porto (AMP) está, neste momento, a ser estudado com os municípios de Gondomar, Maia, Matosinhos, Valongo e Vila Nova de Gaia.
O autarca independente adiantou ainda que, face à intenção de tornar elétrica a frota da STCP, o objetivo será tornar a nova rede e, consequentemente, os seus percursos entre os cinco municípios e o Porto “mais retilíneos”.
Publicada no final de março, a Estratégia e Prioridades de Ação da AMP sugere, até 2030, o redesenho da rede da STCP para acomodar a rede metropolitana de autocarros, abrindo também a porta à criação de novos corredores de elétrico.
“No núcleo central da AMP há uma subutilização do transporte coletivo rodoviário, pelo que será essencial o planeamento de uma nova rede de autocarros urbanos (STCP) em articulação com os serviços de ligação das unidades de concessão à cidade central”, pode ler-se no documento, datado de setembro do ano passado.
Numa das linhas de atuação da AMP, é mesmo sugerido o “redesenho da rede da STCP para o núcleo central da AMP, considerando a necessidade de dotar a ‘cidade’ compacta de um serviço fiável, rápido, com frota ajustada, de caráter regular e personalizado/flexível, e estrategicamente acordado com as concessões envolventes no que respeita à política de acessos em transporte público ao(s) centro(s) das cidades de Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia”.
A AMP assume que, “nas últimas duas décadas, os programas formatados com o objetivo de minimizar o impacte da mobilidade no meio ambiente, de diminuir o congestionamento automóvel nas cidades e a dependência em geral dos cidadãos relativamente ao ‘carro próprio’ não têm tido os resultados pretendidos”.
“É essencial ao próximo ciclo de planeamento/investimentos reprogramar as unidades de concessão do transporte rodoviário coletivo, dotando-as de um plano de rede estruturada (mais do que o simples somatório de linhas pré-existentes) e que englobe soluções regulares e flexíveis tendo em vista o aumento da eficácia e da eficiência da oferta”, pode ler-se no texto.
Recorde-se que está previsto para este ano o arranque da nova rede metropolitana de autocarros, que operará sob a marca UNIR nos municípios da Área Metropolitana exceto no Porto, onde a STCP detém exclusividade.