As associações da Baixa Pombalina e Valorização do Chiado estão preocupadas com os cortes anunciados no centro de Lisboa devido à Jornada Mundial da Juventude, na primeira semana de agosto, mas também estão otimistas com o possível retorno.
As principais artérias do centro de Lisboa vão estar fechadas ao trânsito nos dias 1, 3 e 4 de agosto devido à Jornada Mundial da Juventude, segundo um documento da Câmara a que a agência Lusa teve acesso.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Lopes, antecipou dificuldades devido aos cortes que vão prejudicar aquela zona de Lisboa.
“Vemos estes cortes com muita preocupação, mas também com otimismo. Está garantido o reabastecimento entre as 00h00 e as 10h00. As coisas têm de ser feitas com muita calma e antecipação. Vamos, portanto, todos em conjunto acreditar que tudo vai correr com normalidade dentro da anormalidade. Que as portas não se encerrem todas para se poder vir à Baixa e que os transportes públicos, que têm aqui um papel muito importante, funcionem“, disse.
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Manuel Lopes apelou às pessoas para que não deixem de ir à Baixa fazer as suas compras, as suas refeições, etc.
“No meio desta turbulência, esperemos que haja um fundo de maneio que fique nas caixas dos nossos empresários e haja uma compensação do esforço que se vai fazer”, realçou.
Manuel Lopes sublinhou que “ninguém está contra o evento”, pois Lisboa precisa dele e de “estar no mapa do mundo”.
Também o presidente da Associação de Valorização do Chiado, Vítor Silva, disse à Lusa ver com alguma apreensão os cortes em toda a cidade devido à Jornada Mundial da Juventude e sugeriu o alargamento dos horários no comércio e restauração para evitar prejuízos.
“Vemos com alguma apreensão. Tem havido muitos cortes para eventos na Praça do Comércio, basta isto para a zona ficar caótica. Esta situação vem sendo recorrente que é haver cortes na Praça do Comércio. Por tudo ou por nada fazem eventos ou corridas ou promoções. No caso das Jornadas, é um evento que vai decorrer na Expo e no Parque Eduardo VII e isso irá fazer pressão sobre o centro histórico”, disse.
Vitor Silva receia que os cortes venham trazer ainda mais prejuízos para o comércio e restauração, que começavam agora a recuperar de anos de restrições por causa da pandemia de Covid-19.
“Por isso, nós sugerimos alargar horários para a restauração, comércio e museus. Propor que estejam abertos até mais tarde naquela semana. Até à meia-noite por exemplo. Este alargamento de horário podia até ser alargado a toda a capital, pelo menos nos pontos onde há concentrações”, disse.
Os constrangimentos na capital vão verificar-se sobretudo entre o Parque Eduardo VII e o Terreiro do Paço, abrangendo vias como a Avenida da Liberdade, Avenida Infante D. Henrique, Avenida Fontes Pereira de Melo, Rua do Carmo, Rua Castilho, Rua da Prata e as praças dos Restauradores e do Rossio.