Líderes empresariais da Guatemala lembraram esta quarta-feira que a lei do país proíbe eliminar partidos políticos durante o processo eleitoral, depois de um juiz ordenar a suspensão legal do Semilla.

“É imperativo respeitar a decisão da mais alta autoridade eleitoral e a vontade dos guatemaltecos expressa nas urnas”, afirmaram em comunicado os líderes empresariais do Comité Coordenador das Associações Agrícolas, Comerciais, Industriais e Financeiras (Cacif).

“O artigo 92 da Lei Eleitoral e dos Partidos Políticos diz claramente: Um partido não pode ser suspenso após a convocação de uma eleição e até que ela seja realizada”, lembrou a organização patronal.

Historicamente, na Guatemala, a elite empresarial tem sido um dos setores com maior poder de influência dentro e fora do Estado, de acordo com várias análises nos meios de comunicação locais.

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O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Guatemala certificou esta quarta-feira os resultados das eleições presidenciais realizadas em 25 de junho, depois de ter sido anunciada a suspensão legal do partido da oposição.

Tribunal da Guatemala suspende divulgação de resultados das eleições presidenciais

Os resultados oficializaram a passagem à segunda volta das eleições da ex-primeira-dama Sandra Torres e do académico Bernardo Arévalo de León, apoiado pelo partido Semilla, agora suspenso.

O anúncio oficial dos resultados estava pendente de uma revisão das atas eleitorais, ordenada pelo Tribunal Constitucional, a 1 de julho.

A decisão do TSE foi divulgada minutos depois de o Ministério Público ter anunciado, de forma surpreendente, a suspensão legal do partido Semilla, com base num processo criminal.

No entanto, o TSE disse desconhecer esta circunstância e ordenou que a segunda volta das eleições presidenciais se realize a 20 de agosto, tal como previsto no calendário eleitoral.

Os cinco magistrados que compõem o TSE anunciaram a decisão 17 dias após as eleições, um período extraordinário e invulgar, que gerou desconfiança e incerteza em vários setores a nível nacional e internacional.

A desconfiança nasceu depois de vários especialistas, analistas e o próprio Arévalo de León, do Semilla, terem denunciado publicamente que o Estado ia tentar anular a candidatura ou a vitória do candidato através de uma estratégia judicial.