Os interrogatórios no processo Operação Picoas vão deslizar. Armando Pereira, fundador da Altice, e um dos principais indiciados neste caso, que estava para ser ouvido esta terça-feira, só será, afinal, interrogado quarta-feira, 19 de julho, a partir das 14 horas.

O que significa que Hernâni Vaz Antunes, outro dos arguidos e que está também detido, terá de esperar pelo fim do interrogatório a Armando Pereira. Vaz Antunes será o último, dos quatro detidos, a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre.

Ao que o Observador apurou, Carlos Alexandre está, esta manhã, de turno no Tribunal Central de Instrução Criminal e, como decorrem férias judiciais, a tratar de processos urgentes, nomeadamente os que têm arguidos presos.

Interrogatório de Gil Loureiro deverá terminar na manhã de 4.ª feira

O interrogatório de Álvaro Gil Loureiro, economista e que trabalha com Hernâni Vaz Antunes, terminou por esta terça-feira e deverá continuar na 4.ª feira às 9h. Prevê-se que esteja concluído até à hora de almoço, de forma a que o juiz Carlos Alexandre inicie o interrogatório de Armando Pereira, previsto para as 14h.

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A inquirição a Álvaro Gil Loureiro começou segunda-feira à tarde — depois de o interrogatório a Jessica Antunes (filha de Hernâni Vaz Antunes) ter terminado.

O Ministério Público investiga indícios de “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, o que poderá constituir crime de corrupção privada na forma ativa e passiva. Está ainda em causa, segundo o DCIAP, “a lesão dos interesses do Estado, em sede fiscal e da verdade tributária”, com a eventual “deslocalização fictícia da domiciliação fiscal de pessoas e de sociedades, com aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira”.

O que pode configurar crimes de fraude fiscal qualificada. Acrescenta-se que os suspeitos podem ter beneficiado fiscalmente com os alegados esquemas em 100 milhões de euros. Acresce ao rol de suspeitas práticas de crimes de branqueamento e falsificação, “com a utilização de estruturas societárias constituídas no estrangeiro”.

Há uma teia de empresas com negócios com a Altice que está sob investigação