“Se há dúvidas [sobre as buscas no PSD] que se clarifique, mas que há ali uma interrelação, uma interpenetração entre o papel do grupo parlamentar no Parlamento e o papel do grupo parlamentar na vida partidária, há, sempre houve, na lei e na prática”, disse esta quarta-feira o Presidente da República, sobre o caso das buscas no PSD e à casa de Rui Rio.

“Agora, definir as fronteiras… Há quem defenda que não deve ser assim, que o dinheiro que é para os partidos é para os partidos”. “[Perceber] se está a trabalhar para o Parlamento ou também para o partido e para a vida política global”, “é um bocadinho difícil”, comentou, à margem de uma visita à sede da proteção civil, em Carnaxide, Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda uma nota sobre o silêncio do PR em determinados temas. “O Presidente não falar não quer dizer que não acompanhe a situação”, lembrou, frisando que quer evitar “problemas na separação de poderes”. “Neste tema, que já tem antecedentes, deve atuar-se de uma forma em que cada órgão exerce os seus poderes, sem dar a sensação de que há uma espécie de guerra entre os responsáveis políticos e aqueles que funcionam em termos de investigação judicial”.

Marcelo cita Manuel Alegre para defender que não se deve estar sempre a falar de dissolução

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“Os cidadãos podem perder a confiança se se convencerem que há instituições que vão longe demais na sua forma de atuação, como há instituições que aparecem como querendo fugir ao um escrutínio ou verem-se envolvidas em querelas”, continuou, pedindo uma “aplicação da constituição com bom senso”.

“Não posso comentar a atuação do presidente da Assembleia da República”

Questionado sobre o facto de o Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ter levado à conferência de líderes as buscas realizadas na semana passada na sede nacional do PSD e em casa de Rui Rio, o antigo líder dos sociais-democratas disse: “Não posso comentar a atuação do presidente da Assembleia da República, como o presidente da Assembleia não comenta a atuação do Presidente da República”.