A Ucrânia reconheceu esta quarta-feira que a contraofensiva que desencadeou para retomar os territórios sob ocupação russa será “longa e difícil”, e disse necessitar de novos tanques e aviões F-16 ocidentais.
As forças ucranianas desencadearam no início de junho uma vasta operação para tentar repelir as forças russas no sul e leste, mas até ao momento esta ofensiva apenas obteve sucessos modestos, em particular devido às poderosas defesas russas constituídas por trincheiras e campos de minas.
Esta operação será sem qualquer dúvida muito difícil, longa, e vai prolongar-se por muito tempo“, sublinhou em entrevista à agência noticiosa AFP o conselheiro da presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak.
Na sua perspetiva, o principal travão ao avanço das forças ucranianas é atualmente “a profundidade dos campos de minas” colocados durante meses pelo Exército russo, e que “se prolonga de quatro a 16 quilómetros”.
Apesar dos esforços dos aliados ocidentais de Kiev, o Exército ucraniano está ainda confrontado “com problemas no fornecimento de armas“, admitiu o responsável, ao considerar que “os complexos militares-industriais [ocidentais] não estavam preparados para este tipo de guerra“, como a utilização muito intensa de diverso armamento.
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Segundo Podoliak, a Ucrânia necessita “de 200 a 300 veículos blindados suplementares, em particular tanques“, de “60 a 80 aviões F-16” e de “cinco a dez sistemas suplementares de defesa antiaérea” norte-americanos Patriot.
Precisamos de obuses”, prosseguiu, ao revelar que as forças ucranianas utilizam diariamente “entre 4.000 a 6.000 obuses de grande calibre“. “Devemos poder utilizar 150 a 200 mísseis de longo alcance por mês”, ou mesmo “300 a 400”, indicou ainda Podoliak.
O conselheiro da presidência também excluiu qualquer negociação com a Rússia, cujo objetivo na sua perspetiva consiste em “destruir” a Ucrânia e garantir um “controlo total” dos países da ex-URSS.
“Para nós não existe compromisso possível porque a Rússia odeia-nos, veio para destruir o próprio conceito de Estado ucraniano”, indicou Podoliak.
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A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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