E se, pela primeira vez, se tiverem observado dois planetas a partilhar a mesma órbita fora do sistema solar? A confirmação só será possível em 2027, quando o telescópio ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) estiver focado nessa área do espaço, mas os dados até agora são animadores.
Há duas décadas, a teoria previa que pares de planetas de massa semelhante poderiam partilhar a mesma órbita em torno da sua estrela, os chamados planetas troianos ou co-orbitais. Agora, e pela primeira vez, parece que encontrámos indícios concretos que favorecem esta teoria”, disse Olga Balsalobre-Ruza, estudante de doutoramento no Centro de Astrobiologia em Madrid, Espanha, que liderou o estudo publicado na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics.
As imagens antigas analisadas pelos investigadores mostram que o planeta PDS 70b, um planeta gigante semelhante a Júpiter, a orbitar a estrela PDS 70, pode ter um “irmão”, refere o comunicado do Observatório Europeu do Sul (ESO). Naquilo que parece ser a mesma órbita do planeta está uma nuvem de detritos, que ou dará origem a um novo planeta ou representa os restos de um planeta já formado. Este planeta “irmão” pode ser a primeira evidência de um exoplaneta troiano.
Os troianos — que devem o seu nome aos heróis de Troia — são corpos rochosos que usam a mesma órbita de um planeta. No sistema solar temos vários e até a Terra tem dois asteroides troianos, conta a CNN. Mas o exemplos mais incrível é o de Júpiter, com mais de 12.000 troianos a partilhar a órbita do planeta em torno do Sol.
“Este trabalho levanta novas questões sobre a formação dos troianos, como é que estes objetos evoluem e quão frequentes serão em diferentes sistemas planetários”, diz Itziar De Gregorio Monsalvo, diretora do Gabinete de Ciência do ESO, no Chile.