O Coutts, um dos principais bancos britânicos, pediu desculpa ao ex-eurodeputado Nigel Farage pelos “comentários profundamente inadequados” que foram feitos sobre si, antes de lhe fecharem a conta.
Segundo foi noticiado The Telegraph, o banco organizou em novembro do ano passado uma reunião de um grupo para avaliar o risco reputacional que Nigel Farage representava. O comité considerou que continuar a tê-lo como cliente “não era compatível com o Coutts, uma vez que as opiniões que expressou de forma pública divergem das nossas posições como uma organização inclusiva”.
O conhecido apoio do Brexit seria apenas um exemplo, e o mesmo aconteceria nomeadamente com as suas declarações sobre questões como os direitos LGBTQI+.
A presidente do Coutts, a Dama Alison Rose, veio agora pedir desculpa ao ex-eurodeputado pelos comentários que foram feitos sobre ele nessa reunião. A responsável garante, citada pela BBC, que acredita “de forma muito vigorosa na liberdade de expressão” e reconhece que “o acesso a serviços bancários são fundamentais para a sociedade”.
“De forma alguma é nossa política excluir um cliente pelo facto de ter opiniões políticas e pessoais que estão dentro da lei”, garante Alison Rose, acrescentando que vai ser aberto um inquérito interno para analisar os processos do Coutts na área do encerramento de contas.
Contactado pela imprensa, Nigel Farage recusou dizer se Alison Rose deve ser despedida por causa do que aconteceu. “O que tem de acontecer é que a comissão parlamentar britânica dos serviços financeiros precisa de se reunir, interromper as férias, e precisa de dar [a Alison Rose] uma oportunidade para contar a verdade”, diz Farage.
Segundo o The Telegraph, a presidente do banco esteve sentada ao lado de um jornalista da BBC num jantar a 3 de julho. E, no dia seguinte, Farage é contactado pelo mesmo jornalista que lhe diz, segundo o próprio, que a razão pela qual a conta de Farage tinha sido encerrada foi porque tinha fundos insuficientes na conta. “Quero saber, Alison Rose quebrou o sigilo bancário? Desrespeitou as regras da proteção de dados?”, pergunta Farage.