A notícia de que João Félix tinha sido convocado para o estágio de pré-época do Atl. Madrid, na Coreia do Sul, apanhou praticamente toda a gente de surpresa. Principalmente depois das declarações em que o internacional português deixava clara a intenção de representar o Barcelona — e de essas mesmas declarações terem causado um óbvio desconforto nos colchoneros.

Numa análise mais fina, foi possível perceber que a convocatória foi uma óbvia demonstração de força por parte do Atl. Madrid. Ao chamar João Félix, ao impedir que o jogador ficasse a treinar à parte em Espanha, ao forçá-lo a fazer a pré-época num sítio onde não quer permanecer, o Atl. Madrid estava a recordar que o avançado ainda é funcionário do clube e está sob contrato. E Diego Simeone, esta quarta-feira, fez questão de o vincar.

“Adoraria jogar no Barcelona. Sempre foi o meu sonho.” João Félix está a forçar a saída, Atl. Madrid não facilita

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O mais importante é que nenhum de nós nesta equipa é mais importante do que o Atl. Madrid. O Atl. Madrid é mais importante do que nós. Quando chegamos ao clube, existem valores como o compromisso, a humildade, o respeito… Temos de os demonstrar até ao último dia. Ninguém, mas ninguém, está acima do Atl. Madrid”, disse o treinador argentino quando questionado sobre a situação de João Félix na Coreia do Sul.

O futuro do internacional português continua completamente em aberto. Félix tem contrato com o Atl. Madrid até 2027, mas está claramente a forçar uma saída — seja por empréstimo ou a título definitivo, sendo que os colchoneros não pretendem vender o jogador por menos de 100 milhões de euros. O Benfica continua a gravitar no horizonte do jogador, num cenário de cedência em que os encarnados teriam de desembolsar vários milhões, e o Galatasaray foi o último clube a demonstrar interesse no empréstimo, numa opção que não agrada a João Félix.

“Quem é que não gostava de ver o João Félix no Benfica?”: a reação de Rui Costa após novo momento de tensão num treino do Atl. Madrid

As polémicas declarações do jogador português surgiram na semana passada, quando este quase se ofereceu ao Barcelona. “Adoraria jogar no Barcelona. Sempre foi a minha primeira escolha e adorava que fosse o meu próximo clube. Sempre foi o meu sonho, desde pequeno. Se se concretizar, seria um sonho realizado”, disse o avançado em declarações divulgadas por Fabrizio Romano, o conhecido jornalista italiano que é especialista no mercado de transferências. A notícia caiu como uma bomba em Madrid, onde ninguém ficou contente com o caráter tão público do soundbite de João Félix.

“O empresário do jogador sabe perfeitamente quais são as condições para que João Félix possa sair do clube. A partir daqui, não temos mais nada a comentar sobre este tema”, referiu uma fonte oficial do Atl. Madrid aos jornais Marca e As, acrescentando que as declarações do português foram “uma falta de respeito” e que o assunto seria tratado internamente, não estando descartado um possível processo disciplinar.

Simeone chama João Félix para digressão na Ásia e na América do Norte

O desagrado dos adeptos, esse, ficou visível de forma quase imediata. Junto ao Wanda Metropolitano, onde o nome de João Félix está imortalizado junto a muitos outros, a placa do avançado português foi vandalizada com uma cruz e colorida com mensagens onde se lê “vai para o Barça”.