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A liberdade religiosa na Ucrânia provocou esta quarta-feira uma nova troca de acusações no Conselho de Segurança da ONU entre a Rússia e os países ocidentais, sobre a repressão das minorias religiosas e a liberdade de culto.

Na sessão desta quarta-feira, que decorreu três dias após um ataque com mísseis russos no domingo que atingiu a catedral da Transfiguração de Odessa, os países ocidentais tentaram centrar a sessão neste ataque e sublinhar a responsabilidade da Rússia na perseguição de minorias religiosas.

A Rússia negou a responsabilidade do ataque e tentou trazer ao debate no Conselho a voz do bispo Gideon, um bispo ucraniano definido de pró-russo e crítico da igreja ortodoxa nacional ucraniana, uma intenção rejeitada em votação pela maioria dos membros.

O representante russo Dmitri Polyanskiy considerou esta rejeição um sinal de como o ocidente interpreta a liberdade religiosa, aplicando-a da forma que entende, mas negando sistematicamente os direitos da população russófona da Ucrânia que se mantém fiel ao patriarcado da Rússia.

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Polyanskiy assumiu-se como defensor desta corrente religiosa na Ucrânia, que disse ser sistematicamente atacada “pelo regime de Kiev”, enquanto os países ocidentais optaram por argumentar sobre a repressão exercida por Moscovo contra minorias como os tártaros da Crimeia, os protestantes e outras correntes religiosas.

Os países africanos e o Brasil, representados no Conselho de Segurança, optaram por emitir apelos aos direitos religiosos e à liberdade de expressão, voltaram a defender o fim da guerra e evitaram criticar Moscovo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.