Mais de 200 mil pessoas manifestaram-se este sábado em vários locais de Israel contra a reforma judicial impulsionada pelo Governo de Benjamin Netanyahu, dias após o parlamento ter aprovado uma lei decisiva que limita o poder do Supremo Tribunal.
As estimativas avançadas pelos ‘media’ locais indicam que mais de 170.000 pessoas se concentraram na cidade de Telavive, epicentro dos protestos desde há sete meses. Dezenas de milhares de pessoas também saíram à rua em várias cidades do país, incluindo grandes concentrações em Haifa (norte) e Kfar Saba (centro).
Os protestos assinalam o trigésimo sábado consecutivo de manifestações que ocorrem pouco após uma importante votação no Knesset (parlamento), que na passada segunda-feira aprovou uma lei que anula a doutrina de razoabilidade, que permitia ao Supremo rever e revogar decisões governamentais caso fossem consideradas razoáveis, ou o seu contrário.
A aprovação desta lei foi o primeiro grande sucesso do Governo de coligação ultradireitista de Netanyahu, no âmbito de uma reforma que procura conceder mais poderes ao Executivo em detrimento do poder judicial, cuja independência ficaria comprometida.
“Estamos a terminar uma semana de grande impacto onde por fim caíram todas as máscaras”, disse esta sábado Shikma Bressler, uma das líderes dos protestos, no decurso das manifestações em Telavive, que acusou o Governo de se submeter à vontade dos partidos extremistas que o integram e é considerado o mais à direita da história do país.
Na segunda-feira, e logo após a votação no Knesset, diversas organizações apelaram ao Supremo Tribunal, que convocou uma audiência em setembro para analisar a polémica lei.