Um grupo de ativistas do grupo Greenpeace fez, esta quinta-feira de manhã, um protesto na casa do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, cobrindo a fachada do edifício com panos negros. Cinco ativistas foram detidos depois do protesto. O chefe do governo e a família estão de férias na Califórnia.

A polícia foi chamada ao local pelas 8h00, depois de os ativistas terem escalado até ao telhado da mansão, mas o grupo usou escadotes e cordas para chegar ao topo do edifício duas horas antes e desenrolou uma série de faixas de tecido negras, como o petróleo, cobrindo toda a fachada da casa. Ao todo foram usados 200 metros quadrados de tecido. Depois, quatro ativistas sentaram-se à beira do telhado com uma faixa de tecido amarelo com a mensagem “no new oil” (“não ao novo petróleo”) com a assinatura Greenpeace. No terreno, outros dois ativistas desenrolaram outra faixa de tecido no relvado na parte da frente da casa com a mensagem “RishiSunak – Os lucros do petróleo ou o nosso futuro?”.

O grupo de quatro pessoas desceu do telhado da casa de Sunak, no norte de Yorkshire (no norte de Inglaterra) pelas 13h15 e foi então levado pela polícia em carrinhas. Um quinto elemento foi também detido por suspeita de distúrbio público relacionado com o protesto, relata a Sky News.

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Rishi Sunak está de férias com a mulher e as duas filhas nos Estados Unidos da América e não se encontravam em casa. O vice-primeiro ministro, Oliver Dowden, ao leme do governo na ausência de Sunak, disse aos ativistas para “pararem com as encenações estúpidas”, cita o Guardian. Fora da propriedade, Philipe Evans, da Greenpeace, explicou que se certificaram que a família do governante não estava em casa, antes de avançar com o protesto e que, quando chegaram, bateram à porta. “Isto é um protesto pacífico”, dizem terem gritado, embora não tenham tido resposta.

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A imagem final do protesto que cobriu a fachada da casa de Rishi Sunak, em Yorkshire

A ação foi uma resposta ao primeiro-ministro que esta semana anunciou querer “maximizar” as reservas de petróleo e gás do Reino Unido, assim como 100 novas licenças de perfuração no Mar do Norte ao largo da costa da Escócia. “Trata-se do primeiro-ministro. Foi ele que esteve na Escócia para perfurar até à última gota de petróleo, enquanto o mundo está a arder. Ele é pessoalmente responsável pela decisão e vamos todos pagar um preço alto se ele continua. É pessoal”, afirmou Philipe Evans, citado pelo Guardian.

Uma das ativistas que subiu ao telhado do governante publicou um vídeo a criticar igualmente o chefe de governo. “Estamos todos aqui porque Rishi Sunak abriu a porta a um novo frenesim de perfuração no Mar do Norte enquanto grandes partes do nosso mundo estão literalmente a arder. Isto vai ser um desastre para o clima”, cita a Sky News.

Uma fonte do Nº 10 de Downing Street reagiu, defendendo não existir motivo para pedir desculpas. “Nós não pedimos desculpa por termos a abordagem certa para garantir a nossa segurança energética, usando os recursos que temos aqui em casa para nunca mais estarmos dependentes de agressores como Putin para a nossa energia. Também estamos a investir nas renováveis e a nossa abordagem apoia mil empregos britânicos.”