O Presidente brasileiro, Lula da Silva, prometeu esta quarta-feira apoiar os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o continente africano em áreas que vão desde a educação, agricultura e tecnologia.

O Brasil vai voltar a tentar ajudar, naquilo que for possível, com transferência de tecnologia”, vagas  , afirmou o Presidente brasileiro, quando questionado pela agência Lusa, durante um pequeno-almoço que o chefe de Estado brasileiro organizou para a imprensa internacional, no Palácio do Planalto, em Brasília.

Lula da Silva, que sublinhou pretender “visitar muitos países africanos”, frisou que o país terá “acréscimo de ofertas de vagas” para africanos estudarem no Brasil e que vai “tentar criar universidades abertas em alguns países africanos em convénio com universidades brasileiras“.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que já chegou a estar no continente africano, mas que foi desmantelada, segundo Lula da Silva, “depois do golpe” a Dilma Rousseff, poderá voltar a África.

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Vamos tentar voltar com a Embrapa no continente africano para que África possa ter a mesma oportunidade de crescimento que teve o Brasil“, disse.

Em relação à medicina, o chefe de Estado brasileiro, deu o exemplo de Moçambique e frisou que o país quer “ajudar na produção de remédios e melhorar a fábrica dos antirretrovirais” em Moçambique.

Em abril de 2012, o então vice-Presidente do Brasil do Governo de Dilma Rousseff, Michel Temer, assistiu ao arranque das operações de embalagem, armazenagem, controlo de qualidade e distribuição da Niverapina na fábrica de antirretrovirais, localizada na Matola, arredores de Maputo, capital moçambicana.

O empreendimento contava com o apoio do Governo brasileiro, no qual deveria desembolsar, até 2014, cerca de 23 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de euros) para todo o projeto.

O projeto, contudo, não teve o efeito desejado para Moçambique, com Lula da Silva, 11 anos mais tarde, a prometer um novo reforço.

“Tudo isso está nos meus compromissos com o continente africano“, garantiu o Presidente brasileiro.

Lula falou ainda sobre a sua viagem a África na segunda quinzena de agosto, para participar na cimeira dos BRICS (grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), no país africano, e para participar, em São Tomé e Príncipe, na XIV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e ainda uma viagem oficial a Angola.

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O Presidente sublinhou que “já deveria ter ido a Angola“, mas que assuntos internos brasileiros o impediram.

Mas agora a seguir à África do Sul vou passar em Angola e São Tomé e Príncipe“, frisou, observando que já esteve em Cabo Verde, num encontro com o seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, que decorreu no aeroporto internacional da Praia durante uma paragem de Lula da Silva antes de regressar ao Brasil, depois de participar na cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Bruxelas.

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Para reforçar o seu compromisso com o continente africano, o chefe de Estado brasileiro disse ainda que, “se for convidado”, irá participar da reunião da União Africana no início do próximo ano, que decorre em Addis Abeba, na Etiópia.

Lula da Silva apelou ainda ao resto do mundo que volte a investir em África.

“Como o continente africano é um continente que bem ou mal vem crescendo acima da média dos outros países acho que o mundo tem de voltar a investir no continente africano”, sublinhou.

“Quem sabe a África pode produzir hidrogénio verde, etanol, biodiesel“, disse.