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A ecologia integral, que para a Igreja Católica engloba ecologia social, cultura e espiritual, é a ideia fulcral do manifesto entregue esta quinta-feira em Lisboa ao Papa Francisco pelo seminarista Tomás Virtuoso, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

À agência Lusa, Tomás Virtuoso explicou que o documento revela o desejo de resolver o problema do ambiente e das alterações climáticas a partir do que o “homem tem de mais grandioso”.

Aquilo que o Papa diz é que não há uma ecologia ambiental sem haver uma ecologia social, sem haver uma ecologia cultural, sem haver uma ecologia espiritual. O homem como um ser espiritual”, declarou, à margem do briefing sobre o papel dos jovens para a mudança do pensamento ecológico, que decorreu esta quinta-feira à tarde na sala de imprensa da JMJ, instalada no Pavilhão Carlos Lopes.

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Segundo Tomás Virtuoso, a ideia não é “virar o ambiente contra o homem” e não é pensar que o problema do ambiente se resolve eliminando-o.

“É conduzir o homem, até que perceba que deve respeitar a natureza, como um dom de Deus para o mundo. É essa a ideia da ecologia integrada”, resumiu.

A Igreja Católica considera que a ecologia integral deve ser entendida “no todo”, ou seja, a partir daquilo que o homem é “no meio do mundo e no meio da natureza“.

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Tomás Virtuoso confidenciou que discursar para o Papa Francisco esta quinta-feira de manhã foi uma “grande emoção e que encarou esse momento com “sentido de responsabilidade”, acrescentando não ter palavras para descrever aquilo que lhe ia no coração.

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“Porque para mim o Papa não é só um líder, para mim é um pai espiritual, é a pessoa nesta Terra que mais me aproxima de Jesus e, portanto, é uma emoção tremenda”, afirmou.

Os jovens participantes do IV Congresso Internacional sobre o Cuidado da Criação, realizado na segunda-feira, e organizado pela Fundação João Paulo II, entregaram ao Papa Francisco um manifesto sobre o tema da ecologia integral, durante um encontro com estudantes da Universidade Católica Portuguesa.

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Daniele Bruno, presidente da Fundação João Paulo II para a Juventude, e que participou no briefing, indicou que o documento reúne testemunhos de “mais de 350 jovens provenientes de todo o mundo“, o que demonstra que a “igreja jovem está viva”.

Aquele responsável acrescentou que “os jovens têm vontade de serem protagonistas em todos os âmbitos das suas vidas, desde a economia à educação e família, aos recursos naturais, passando pela política e pela tecnologia”.

Penso que foi um belo exemplo de como os jovens não se resignaram. Eu penso que a partir deste encontro existe uma ideia de esperança, uma ideia de como os jovens veem o futuro, sabem o que há a fazer e têm vontade em se empenharem e se levantarem do sofá, como refere o Papa Francisco”, considerou.

O monsenhor Cláudio Giuliodori, presidente da Comissão para a Juventude do Conselho da Conferência Episcopal Europeu, destacou, por seu turno, que “o Papa Francisco fez uma viragem e os jovens já se empenharam nesta frente de combate [ambiente], com o interesse, não apenas em conhecimento e estudo, mas também em termos de intervenção“.

“O manifesto tem considerações sobre o mundo atual, mas sobretudo compromissos que os jovens assumem e apelos propostos a toda a humanidade e também para os que têm responsabilidade específica neste âmbito”, observou.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a edição deste ano da Jornada Mundial da Juventude, que termina no domingo, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.