O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, mostrou-se confiante face à vitória do Presidente russo, Vladimir Putin, nas próximas eleições russas marcadas de 2024, antecipando, em declarações ao New York Times numa reportagem publicada este domingo sobre os impactos na guerra da Rússia, um resultado “com mais de 90% dos votos”.
Momentos depois de a reportagem ser publicada, o porta-voz do Kremlin foi instado pelos jornalistas a comentar as suas declarações, voltando aparentemente com a palavra atrás. “Não, isso é absolutamente incorreto e foi interpretado incorretamente pelo autor deste artigo”, afirmou Dmitry Peskov citado pela Sky News.
Justificando as suas declarações, o porta-voz do Kremlin explicou que o “nível de consolidação da sociedade em redor do Presidente é sem precedentes e agora pode dizer-se com confiança que, se Vladimir Putin vai a eleições, ele será reeleito com uma grande vantagem. “Não há dúvidas sobre isso.”
“Mas eleições são parte da democracia, o Presidente já falou disso”, vincou ainda o porta-voz do Kremlin. A Rússia tem eleições presidenciais marcadas para março de 2024, mas Vladimir Putin ainda não confirmou se recandidatará, ainda que seja expectável que isso aconteça.
Ainda nas declarações ao New York Times, Dmitry Peskov garantiu que a Rússia “não” quer mais territórios, à exceção das quatro províncias anexadas (Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporíjia), sublinhando que o país quer “controlar” a integridade daquelas quatro províncias: “Queremos colocá-las na nossa Constituição”.
Para já, realçou ainda o porta-voz do Kremlin, não existem “condições para um acordo” com a Ucrânia. “Vamos continuar as operações [militares] no futuro.”