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Após um momento de suspense, o Papa anunciou que a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será a 41.ª, vai realizar-se em Seul, na Coreia do Sul. O anúncio foi feito pelo líder da Igreja Católica no Parque Tejo, perante uma multidão de 1,5 milhões de pessoas.
“A próxima Jornada vai ser na Ásia”, disse o Papa, antes de anunciar o próximo destino da JMJ. O anúncio foi recebido com entusiasmo pelos vários peregrinos coreanos no Parque Tejo.
Lisboa passa, assim, o testemunho a Seul, que receberá a JMJ em 2027. Antes disso, Francisco ainda terá encontro marcado com os jovens, no jubileu da juventude, que se realiza em 2025 e endereçou o convite para que os jovens vão nesse ano a Roma.
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Esta é a segunda vez em que a JMJ se realiza na Ásia, depois de em 1995 as Filipinas terem recebido o evento. Foi registado um recorde de participantes em Manila — estima-se que quatro milhões de pessoas tenham estado na missa de encerramento nessa edição.
Esta iniciativa foi criada pelo papa João Paulo II (1920-2005) em 1985 (Ano Internacional da Juventude) e a primeira JMJ ocorreu no ano seguinte em Roma, Itália, numa celebração diocesana. O primeiro encontro internacional realizou-se em Buenos Aires, Argentina, em 1987, a terra natal do Papa Francisco.
Na capital argentina, João Paulo II pediu aos jovens para comprometerem a sua energia juvenil “na construção da civilização do amor”. Em 1989, Espanha acolheu pela primeira vez a JMJ, em Santiago de Compostela, onde os peregrinos rezaram pela paz. Nesse ano, o Muro de Berlim foi derrubado e, dois anos depois, uma Polónia livre (terra natal de João Paulo II) recebeu o encontro em Czestochowa.
Seguiu-se Denver, nos Estados Unidos da América, em 1993, que, pela primeira vez, incluiu a via-sacra pelas ruas da cidade, mas foi a capital das Filipinas, dois anos mais tarde, que registou a maior afluência de sempre numa JMJ.
Em 1997, a JMJ regressou à Europa, a Paris, onde “mais de meio milhão de jovens encheram as ruas da capital francesa de alegria e fraternidade”, numa edição que ficou marcada pela “introdução dos Dias nas Dioceses (encontro que antecede a semana da JMJ) e do Festival da Juventude (programa cultural e artístico)”.
Ainda no continente europeu, 2000 foi o ano da JMJ em Roma, para de seguida ser em Toronto, Canadá (2002), a última a que João Paulo II presidiu.
O papa anunciou então que a JMJ seguinte, em 2005, seria em Colónia, na Alemanha, mas foi o seu sucessor, o alemão Bento XVI (1927-2022), a presidir às celebrações.
Sydney, na Austrália, em 2008, é considerado o primeiro encontro da JMJ totalmente moderno, com a presença do evento nas redes sociais.
Em 2011, a JMJ retornou a Espanha, desta vez à capital, Madrid, e dois anos depois, já no pontificado de Francisco, o encontro mundial de jovens católicos teve como palco, pela primeira vez, um país de língua portuguesa: o Brasil.
O Papa Francisco presidiu ainda às jornadas de Cracóvia, na Polónia, em 2016, da Cidade do Panamá, em 2019, que contou com a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, e agora à de Lisboa, que contemplou uma deslocação a Fátima.
Imprensa coreana com poucas referências ao anúncio da JMJ em Seul
A imprensa sul-coreana faz poucas referências ao anúncio de que a JMJ se vai realizar na capital do país em 2027.
Nesta altura, já passa das 19h30 de domingo em Seul. Apenas um jornal, o Chosun Ilbo, um dos mais antigos da Coreia do Sul, e a agência noticiosa Yonhap, é que fazem referência ao anúncio.
O assunto é nesta altura a manchete do site Chosun Ilbo. “Jornada Mundial da Juventude Católica vai realizar-se em Seul em 2027. Dezenas de milhares de pessoas virão para a Coreia”, escreve o jornal.
A agência noticiosa Yonhap também menciona o anúncio. “Seul escolhida como anfitriã da JMJ 2027”, é possível ler. Esta agência cita a arquidiocese de Seul, que estima que a cidade possa receber entre 700 mil a 1 milhão de peregrinos em 2027.
A restante imprensa coreana, como o JoongAng, Shinmun, Korean Times ou o Donga, estão virar as atenções para o Jamboree, o evento mundial de escuteiros que decorre de 1 a 12 de agosto em Seul.
Estão a ser noticiados vários incidentes neste evento, que junta mais de 40 mil jovens em Seul. Há críticas à organização do evento e centenas de jovens que já se sentiram mal devido à onda de calor, com temperaturas acima de 30º C e com 70% de humidade, que se faz sentir nestes dias na cidade.
(Atualizada com mais informação às 12h14)