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A tentativa de rebelião armada de Yevgeny Prigozhin e do grupo Wagner terá sido uma encenação. Pelo menos, é esta a convicção do secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, que afirma que a suposta insurreição foi apenas uma forma de Vladimir Putin “desmascarar” quais os líderes militares que lhe eram desleais.

Oleksy Danilov falou aos jornalistas numa entrevista na televisão ucraniana, citadas pelo jornal The New Voice of Ukraine. “Hoje, podemos já afirmar que [a rebelião] foi uma operação coordenada por Putin para expôr os generais que não lhe eram inteiramente leais e ao seu círculo”, sustentou.

O desaparecimento público de alguns generais proeminentes do exército russo, como o “General Armagedão”, Sergei Surovikin, que não é visto desde a rebelião dos Wagner, tem levado a questões por parte dos analistas internacionais. Danilov não mencionou nomes, mas assegurou que os serviços secretos ucranianos tem informações de que muitos destes generais estão “atrás das grades ou foram demitidos”.

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Apesar disso, o responsável ucraniano acredita que as “divergências” dentro do Kremlin não estão sanadas e voltarão a surgir, avançando inclusive com uma janela temporal. “Acreditamos que vai acontecer no outono ou no inverno deste ano, porque o número de pessoas que compreende para onde Putin os guiou está a aumentar diariamente”, afirmou Danilov.

[Já saiu: pode ouvir aqui o primeiro episódio da série em podcast “Um Espião no Kremlin”. É a história escondida de como Putin montou uma teia de poder e guerra, do KGB à Ucrânia]

Em junho, o grupo Wagner, liderado pelo empresário russo Yevgeny Prigozhin, marchou sobre Moscovo contra a liderança russa. O objetivo não foi alcançado e o percurso foi interrompido depois de se estabelecer um acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko. Prigozhin foi inicialmente enviado para a Bielorrússia, apesar de existirem dúvidas sobre o seu real paradeiro.

O empresário não partiu da Rússia sozinho e um contingente da sua companhia privada está agora a realizar exercícios militares juntamente com as tropas de Minsk junto à fronteira com a Polónia, o que deixou as autoridades de Varsóvia em alerta. Dos restantes membros do grupo Wagner, alguns terão sido integrados nas forças russas regulares.

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