O veleiro Astral, da Open Arms, resgatou durante à noite 60 pessoas, entre as quais grávidas e crianças que viajavam em quatro embarcações precárias, após seguir instruções das autoridades italianas, divulgou a organização espanhola.
“Uma noite muito difícil para a tripulação do Astral. Depois de algumas horas de busca, o nosso veleiro deparou-se com quatro navios, precários e sobrelotados, com alto risco de naufrágio”, explicou a organização não-governamental (ONG) nas suas redes sociais.
#UltimaHora
Una noche muy difícil para la tripulación #Astral
Después de horas de búsqueda, localizamos 4 barcas de hierro muy sobrecargadas y en pésimas condiciones, con un alto riesgo de naufragio. En ellas mujeres embarazadas y bebés con síntomas de hipotermia.
Coordinados… pic.twitter.com/YzA0WCkvd5— Open Arms (@openarms_fund) August 11, 2023
O Astral, que costuma socorrer migrantes em perigo no mar até que sejam resgatados por um navio mais adequado, recebeu instruções para socorrer estas pessoas, das quais “mulheres grávidas e muitas crianças pequenas estavam em risco de hipotermia”.
“Seguindo as instruções das autoridades italianas, distribuímos coletes salva-vidas (…) e depois resgatámos 60 pessoas, incluindo 20 mulheres e cinco crianças pequenas que se encontram a bordo do nosso veleiro”, acrescentou.
Na quinta-feira, o Astral já tinha realizado quatro difíceis operações, localizando 105 migrantes, entre os quais mulheres e crianças, em quatro embarcações precárias que corriam grande perigo, todas perto da ilha italiana de Lampedusa, onde os desembarques de migrantes não param, maioritariamente vindos da Tunísia.
Esta sexta-feira, mais de 2.000 migrantes estão no centro de acolhimento sobrelotado de Lampedusa, apesar de a sua capacidade ser para 300 a 400 pessoas e das contínuas transferências de migrantes realizadas pelas autoridades italianas para outros locais.
De acordo com os últimos dados do Ministério do Interior italiano, este ano quase 94.000 migrantes desembarcaram na costa italiana, mais do dobro em relação aos 45.000 no mesmo período do ano passado.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o Mediterrâneo Central, entre o norte da África e a Itália é atualmente a rota migratória mais perigosa do mundo. Desde 2014, a OIM contabilizou mais de 20.000 mortes.