O navio da organização não-governamental (ONG) espanhola Open Arms resgatou esta quarta-feira 24 migrantes que seguiam numa embarcação no Mediterrâneo central, alertando que há mais de 100 em perigo em outros barcos, para onde se dirige.

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O Open Arms localizou e resgatou um barco de madeira muito precário, no qual viajavam 24 pessoas, incluindo seis mulheres, nove menores desacompanhados e um menino de três anos da Eritreia e da Etiópia. Estes tinham deixado a Líbia há 5 dias e viajavam à deriva”, sublinhou esta ONG através das redes sociais.

Pouco antes da chegada das equipas de resgate, cinco pessoas caíram à água, embora “todos estejam agora seguros a bordo” do navio, que tem o mesmo nome da organização espanhola.

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“Entretanto, recebemos um aviso de outras embarcações em perigo com mais de 100 pessoas. Alertámos as autoridades e estamos a dirigir-nos para o local indicado, é importante chegar a tempo”, acrescentou a ONG.

O navio Open Arms, que cumpre a sua 102.ª missão no Mediterrâneo, desembarcou em 26 de julho no porto de Salerno (sul da Itália) 72 migrantes resgatados em duas operações, poucos dias depois de deixar outras 299 pessoas em Brindisi (sudeste).

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Além disso, esta terça-feira, o veleiro da ONG espanhola Astral, que pode socorrer barcos em perigo, mas não resgatar os seus ocupantes, ajudou os 40 migrantes que viajavam num barco sem motor até serem resgatados pelas autoridades italianas, alertadas pela organização espanhola.

As 40 pessoas auxiliadas pela Astral foram resgatadas por um barco patrulha da guarda italiana. Felizmente, a intervenção conjunta do nosso navio e das autoridades italianas evitou o pior, o navio afundou-se durante a transferência“, realçou a ONG através da rede social X (antigo Twitter).

A Astral revelou ainda que “tentou alcançar” na terça-feira à noite uma outra embarcação em perigo com cerca de 170 pessoas a bordo e entretanto alertou “todas as autoridades competentes e alguns navios mercantes nas imediações para intervirem de imediato“.

“Soubemos esta manhã que as pessoas foram intercetadas pela chamada guarda costeira líbia e devolvidas. Lembramos que as rejeições são proibidas pela Convenção de Genebra e que resgatar náufragos em perigo é uma obrigação legal e moral”, apontou ainda a ONG espanhola.

De acordo com os últimos dados do Ministério do Interior italiano, desde 28 de julho até agora este ano, 87.883 migrantes desembarcaram na costa italiana, em comparação com 39.281 no mesmo período do ano anterior.