Apresentado no Everton esta sexta-feira, na véspera do jogo contra o Fulham, era difícil que já estivesse disponível para a estreia na Premier League. Provavelmente ainda a desfazer as malas, Youssef Chermiti não foi sequer convocado para a partida do novo clube contra a equipa orientada por Marco Silva. O jovem de 19 anos deixou o Sporting e é o novo reforço dos toffees. Formado em Alcochete, o avançado rumou a Inglaterra a troco de 15 milhões de euros (podem ser 20 milhões mediante o cumprimento de objetivos). Depois de ter sido aposta de Rúben Amorim na temporada passada, o técnico justificou o porquê da transferência.

“É um jogador com o qual contávamos, mas como todos os clubes temos de fazer escolhas, há jogadores a entrar e a sair, dinheiro a entrar e a sair”, explicou o treinador dos leões. “Temos dois avançados, mais o Rodrigo Ribeiro. O Chermiti era quem esticava o jogo, agora temos o Gyökeres com essas características. Estando claramente à frente dele, o Chermiti teria menos espaço”, continuou. “Obviamente que gostamos de ter jovens formado no clube, mas é bom sinal. Temos de fazer estas vendas, para não perdermos titulares e a base da equipa. Vamos crescendo assim. Foi uma escolha do clube deixar o Chermiti ir para o Everton”.

O treinador do Everton, Sean Dyche, por sua vez, explicou que a contratação do jogador se enquadra numa estratégia de retenção de custos. “Se ele fosse seis anos mais velho e tivesse marcado 100 golos, o Chermiti não chegaria com o estatuto que vai chegar”, assumindo que o clube ainda está à procura de jogadores mais experientes para a posição, mas que, para já, esta tem que ser a abordagem ao mercado. “Precisamos de comprar aqueles que achamos que podemos desenvolver e melhorar a médio e longo prazo”. Apesar de Sean Dyche ter assumido o interesse em jogadores jovens, não deixa de ser curioso que um dos reforços do Everton seja Ashley Young de 38 anos.

Por sua vez, Chermiti mostrou-se contente com a mudança. “O Everton é um grande clube. Muitas lendas jogaram aqui. Não podia recusar esta oportunidade. É um grande momento para mim e agora estou totalmente focado para começar a trabalhar”

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Ainda sem o jogador português, o Everton subiu ao relvado de Goodison Park para fazer a estreia na Premier League, mas não sem antes homenagear Dele Alli que confessou publicamente ter vivido uma infância entre abusos sexuais, tráfico de droga e violência.

O que quis dizer (verdadeiramente) Dele Alli: a história do jogador has been, um ser humano com falhas mas uma enorme coragem

O Fulham de Marco Silva entrou em campo à imagem do seu treinador. Sem João Palhinha, a recuperar de uma lesão no ombro, a equipa demonstrou vontade de ter a bola, mas foi o Everton quem criou mais perigo numa fase inicial. O guarda-redes Bernd Leno foi salvando as investidas. Neal Maupay ainda fez as redes abanarem, apesar do lance ter sido invalidado.

A melhor hipótese para o Fulham marcar saiu dos pés de Raúl Jiménez. O mexicano, ex-Benfica, atirou ao poste. Responderam os toffees com uma bola na barra de Nathan Patterson. Qualquer golo que surgisse a partir daqui seria arrancado a ferros. Marco Silva mexeu na equipa à procura de a tornar mais incisiva. Objetivo conseguido. Dos pés dos suplentes lançados no encontro nasceu o golo. Mitrovic pediu a bola em apoio, rodou sobre si e desmarcou Andreas Pereira. O brasileiro cruzou em esforço para o segundo poste e Bobby De Cordova-Reid (73′) adiantou os cottagers.

Sean Dyche não utilizou o português André Gomes. Mesmo assim, o Everton conseguiu mais um par de oportunidades que Bernd Leno foi resolvendo. Tirando o guarda-redes, do lado do Fulham, Harry Wilson foi o maior destaque individual. Alex Iwobi foi dos mais elétricos na frente dos toffees. Nos minutos finais, ainda a perder por 1-0, o Everton ficou a dever à eficácia, talvez Chermiti possa dar uma ajuda no futuro.