Taylor Swift já tinha dado o mote à expressão “Swiftonomics” para as referências ao impacto económico do seu trabalho. Agora, vai ser tema para outra área de estudo – a literatura. A Universidade de Ghent, na Bélgica, deverá ser a primeira na Europa a ter uma disciplina dedicada ao trabalho da cantora, escreve o Guardian.
Com o nome “Literature: Taylor’s Version”, em português “Literatura: a versão de Taylor” (uma referência à regravação dos álbuns da artista), estas aulas vão debruçar-se sobre as letras da cantora e sobre como podem ter paralelismo com obras literárias de outros autores, do poeta Geoffrey Chaucer até Charlotte Brontë ou William Shakespeare.
Elly McCausland, a professora que vai dar estas aulas, dedica-se à análise de obras clássicas da literatura inglesa. A professora universitária fez a proposta para a nova disciplina quando se apercebeu de que, nas entrelinhas de vários temas da cantora norte-americana, há referências que tocam em temas abordados em obras de Sylvia Plath ou de Charlotte Perkins Gilman.
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As aulas, que vão ter início no outono, pretendem explorar as ligações entre as músicas de Swift e obras de diversos autores, desde escritos do século XIV até autoras contemporâneas, como Margaret Atwood. “Quero mostrar aos estudantes que, embora estes textos pareçam inacessíveis, podem tornar-se acessíveis se olharmos para eles de um ângulo diferente”, contou a docente ao Guardian. “Shakespeare, de alguma forma, está na verdade a abordar muitas das mesmas questões que a Taylor Swift hoje em dia, o que é uma loucura.”
A resposta à disciplina está a ser positiva e até há quem nem sequer seja estudante em Ghent e tenha demonstrado interesse. “Nunca tinha recebido tantos emails de estudantes entusiasmados a perguntar se podem ter estas aulas.”
Ghent pode ser uma das primeiras instituições de ensino na Europa a ter aulas focadas na estrela norte-americana, mas nos EUA o cenário é outro. No ano passado, o Clive Davis Institute, em Nova Iorque, foi um dos primeiros a querer explorar o “apelo e as aversões” da cantora.
Cidades que recebem concertos de Swift terão tido retorno de milhões de dólares
Parte da digressão da cantora nos EUA ficou concluída na semana passada, em Los Angeles, após dezenas de concertos esgotados em estádios um pouco por todo o país. Taylor Swift vai ter agora um período de descanso, regressando aos palcos apenas a 18 de outubro.
A digressão “Eras”, em que a cantora explora as diferentes eras e álbuns da carreira, está perto de se tornar numa das “tours” mais rentáveis do mundo, a caminho de gerar receitas de mil milhões de dólares. O Wall Street Journal estima que a digressão da estrela de 33 anos, composta por 146 datas em estádios, possa gerar 1,4 mil milhões de dólares, valor que bateria um novo recorde. Atualmente, o título de tour mais rentável de sempre pertence a Elton John, com 939 milhões de dólares nas suas datas de despedida.
Em Los Angeles, na Califórnia, Taylor Swift fez uma série de seis concertos no SoFi Stadium para mais de 420 mil pessoas, que levou milhares de fãs de outros pontos do país até à cidade. Estima-se que o retorno económico para a cidade possa chegar aos 320 milhões de dólares, de acordo com um estudo feito pelo California Center for Jobs & the Economy.
Neste estudo, são incluídos os gastos com alojamento, despesas em restaurantes e impostos associados ao consumo de outros bens. Os 320 milhões excluem os gastos com a aquisição dos bilhetes para o concerto ou merchandising ligado à cantora. “É uma campanha de turismo que o dinheiro não pode pagar”, considera Chris Heywood, vice-presidente sénior da Convenção de Turismo de Los Angeles.
O chamado efeito “Swiftonomics” também foi sentido em Filadélfia, onde Swift atuou em maio, durante três noites. Não há um valor concreto para este ponto dos EUA, mas a Reserva Federal de Filadélfia garantiu que maio “foi o mês mais forte de receitas na hotelaria desde a pandemia, em grande parte devido ao afluxo de visitantes para os concertos de Taylor Swift na cidade”, nota o site MarketWatch.
Em Denver, no Colorado, os dois concertos de Swift, com 76 mil espectadores, geraram ganhos de 140 milhões de dólares para a cidade, de acordo com um estudo da consultora Common Sense. Em média, quem foi ao concerto gastou 1.327 dólares com despesas ligadas a bilhetes, viagens, compra de produtos de merchandising, alojamento e alimentação.
Pelas contas desta consultora, fica a estimativa de que a digressão poderá chegar aos 4,6 mil milhões de dólares em gastos nos EUA – mais do que o produto interno bruto (PIB) de 35 países.
Outras consultoras têm estimativas diferentes: a QuestionPro estima que a digressão global, que também passará por Portugal, em maio, possa gerar um retorno económico de cinco mil milhões de dólares.
Taylor Swift tem duas datas marcadas para Lisboa, em 2024. Atua a 24 e 25 de maio, no Estádio da Luz.
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