A procuradora Fani Willis solicitou a um juiz que o julgamento de Donald Trump na Georgia comece a 4 de março, de 2024, um dia antes da Super Tuesday, reporta a CNN. O ex-Presidente dos Estados Unidos está indiciado na Georgia por conspiração para reverter ilegalmente a derrota nas eleições de 2020 naquele estado norte-americano.

A proposta coloca o candidato presidencial republicano em julgamento um dia antes desta terça-feira que ganha o epíteto de “super” uma vez que, por tradição, é neste dia que o maior número de estados, incluindo Califórnia e Texas, votam nas eleições primárias que antecedem as presidenciais, marcadas para 5 de novembro de 2024.

Willis pediu ainda para agendar as audiências dos réus para a semana de 5 de setembro, de acordo com um documento judicial, e afirma que as datas propostas “não entram em conflito” com os outros casos criminais de Trump — o julgamento por falsificação de registos comerciais está marcado para 25 de março.

Uma acusação como as da Máfia, um julgamento na TV e uma campanha presidencial inédita. A nova acusação a Trump é a mais grave até agora

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Se a data de julgamento proposta for aceite, Trump começará o julgamento no caso da Georgia quando o processo de nomeação presidencial republicano já estiver bem encaminhado. Nessa altura, vários estados já terão realizado as suas disputas de nomeações.

O documento revela que a procuradora distrital de Fulton County pretende iniciar rapidamente o processo de partilhar as descobertas com os 19 réus e quer cumprir a palavra de realizar um julgamento no espaço de seis meses. Willis solicitou ainda ao juiz que desse aos réus até 10 dias após a audiência para optarem pela “descoberta recíproca”. Se optarem por isso, todas as partes “deverão fornecer materiais em sua posse” até 29 de setembro.

Para Michael J. Moore, ex-procurador, o prazo é ambicioso. “É um conto de fadas pensar que isso vai acontecer”, disse Moore à CNN. “Não há como conseguir passar por todas as etapas e fornecer as descobertas” nesse prazo, acrescentou.

No início do despacho de acusação contra Donald Trump na Georgia, assinado por Fani Willis e divulgado esta terça-feira, o ex-Presidente dos EUA e 18 dos seus colaboradores são acusados de terem “integrado uma conspiração, de forma consciente e voluntária, para alterarem de forma ilegal o resultado da eleição a favor de Trump”, entre novembro de 2020 e janeiro de 2021. No centro do caso está a violação da lei de combate à criminalidade organizada (RICO, na sigla original) da Georgia, que Willis aplicou a todos os réus, alegando que eles quebraram essa lei estadual e outras ao tentar reverter os resultados das eleições.

As ações criminais sobre as quais a acusação RICO é construída incluem: fazer declarações falsas, apresentar documentos falsos e forjados, se passar por autoridades, invasões de computador e tentativas de influenciar testemunhas, sumariza a CNN.

Os réus têm até 25 de agosto ao meio-dia para se entregarem voluntariamente.