No próximo fim-de-semana (dias 26 e 27 de agosto), centenas de voluntários de todo o mundo vão participar na maior caça ao Nessie (o nome por que é conhecido o mítico monstro do Loch Ness) dos últimos 50 anos, organizada pelo recém-renovado Centro Loch Ness, conta o The Guardian.
Entre os monstros fantásticos que têm atraído milhares de exploradores e entusiastas ao longo das décadas, o mito do “Loch Ness” é, talvez, dos mais reconhecíveis. Provavelmente já ouviu o nome em algum lugar. A história escocesa de um monstro que habita num lago há muito que se tornou parte da cultura do país e, desde os anos 70, o local tem sido palco de várias expedições científicas.
Na plataforma da empresa responsável por esta nova iniciativa, lê-se:
“Passeie por 500 milhões de anos de história. Aprofunde-se nos antigos mitos e lendas escocesas e na investigação científica. Descubra os mistérios do lago e faça parte da história nesta excursão única.
Apesar de as explorações ao vivo estarem esgotadas, poderá inscrever-se aqui para ver o evento que será transmitido em direto.
“Sempre foi o nosso objetivo registar, estudar e analisar todo o tipo de comportamentos e fenómenos naturais que possam ser mais difíceis de explicar“, diz Alan McKenna, um dos trabalhadores na Loch Ness Exploration, citado pelo The Guardian.
Através desta inovadora expedição, Alan afirma que espera “inspirar uma nova geração de entusiastas do Loch Ness”. Quem for apaixonado pela lenda do monstro, “terá uma oportunidade real de contribuir pessoalmente para este mistério fascinante que cativou tantas pessoas de todo o mundo“, acrescenta.
E “inovador” é o termo correto porque, em termos tecnológicos, esta não será uma busca normal. Ainda que observar eventuais ruturas na água seja a maior parte do trabalho, os participantes, em parceria com a equipa de investigação Loch Ness Exploration, fá-lo-ão através de drones com câmaras térmicas e de infravermelhos, bem como um hidrofone (dispositivo aquático que converte som para eletricidade).
Estas ferramentas, que nunca antes foram utilizadas no local, são capazes de registar um vasto leque de sinais, capazes de trabalhar na vastidão do lago — 36 quilómetros de largura com uma profundidade média de 132 metros (sendo o ponto mais fundo de 230 metros).
A febre pelo mistério do lago não tem só afetado a empresa responsável pela aventura. Fraser Campbell, diretor do Cobbs Group (que detém o hotel de Drumnadrochit, à margem do lago), aponta ao The Guardian que as reservas de estadias durante o verão de 2023 têm sido “inacreditáveis”.
Numa altura em que essas regiões rurais continuam a encarar as consequências do Brexit, o dirigente acrescentou que “os hotéis e as atrações turísticas trabalham em conjunto e é assim que vamos sobreviver“.
Num estudo realizado em 2018 foram recolhidas 250 amostras de água por uma equipa de cientistas internacionais, com o objetivo de determinar quais as espécies, desde a fauna piscícola à flora, que habitam e prosperam no lago. Não encontraram quaisquer vestígios de vida pré-histórica.
Ainda assim, são várias as interpretações, desde entusiastas amadores até cientistas, que são feitas acerca da criatura. Especula-se que o que Aldie Mackay (a primeira a alegar ter observado a criatura) viu numa noite em 1933 se trate de um peixe de grandes dimensões e cujos hábitos naturais decorram a grande profundidade, como um esturjão ou, como a própria descreveu, uma “whale-like creature“, uma criatura semelhante a uma baleia.
Há ainda quem acredite que se trata de um réptil marinho pré-histórico, uma opinião em parte fundamentada através do característico pescoço alongado pelo qual é reconhecido (e que não passou de uma brincadeira).