Um novo relatório da União Europeia considera que redes sociais como o TikTok ou o X (antigo Twitter) não fizeram o suficiente para combater a desinformação russa nas suas plataformas durante o primeiro ano da guerra.

O estudo independente surge dias depois de terminado o período de adaptação para as novas regras, mais estritas, para as redes sociais, ao abrigo do Digital Services Act (DSA) da UE, e depois de recomendações feitas pelos 27 às plataformas para a adoção de medidas de combate às campanhas de desinformação da Rússia.

O relatório incidiu em seis plataformas — Facebook, Instagram, X, YouTube, TikTok and Telegram — e procura perceber de que forma as respetivas empresas têm aderido aos regulamentos da DSA. À exceção do Telegram, que só deverá entrar em cumprimento com as novas regras em fevereiro de 2024, todas as outras plataformas concordaram em adotar uma postura de maior policiamento face à desinformação e aos discursos de ódio que nelas proliferam.

No entanto, tal não se tem verificado, de acordo com o estudo. “Os dados sugerem que as plataformas online não implementaram estas medidas a um nível sistémico”, diz o relatório, segundo o The Guardian, citando como particularmente preocupantes os casos do X e do TikTok.

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Os autores do estudo alertaram em particular para a situação do X, argumentando que as medidas tomadas pela plataforma após a sua aquisição por Elon Musk, no final do ano passado, só têm contribuído para aumentar os níveis de desinformação.

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“O alcance e influência de contas apoiadas pelo Kremlin cresceu ainda mais durante a primeira metade de 2023, em particular motivadas pelo desmantelar dos padrões de segurança do Twitter”, pode ler-se.

O magnata, que comprou a rede social no final do ano passado, implementou uma série de alterações às políticas de controlo de conteúdos na plataforma (tendo inclusive despedido vários moderadores de conteúdos), ostensivamente com o objetivo de facilitar a liberdade de expressão. Musk garantiu no entanto, que o X está a “trabalhar arduamente” para cumprir com os regulamentos europeus.