O quarto lugar em Silverstone no Grande Prémio da Grã-Bretanha parecia ser uma janela de oportunidade para a redenção de Miguel Oliveira num ano de todos os azares em 2023, as duas corridas em Spielberg no Grande Prémio da Áustria acabaram por fechar pelo menos por mais duas semanas a porta a esse objetivo. Aliás, quando se pensava que já tinha acontecido de tudo ao piloto português, eis que o Red Bull Ring de tão boas recordações (foi ali que conseguiu a primeira vitória no MotoGP em 2020, quando estava na Tech3) acabou por ser um balde de água fria nas aspirações entre uma desistência depois de novo abalroamento na primeira curva num acidente entre vários pilotos e outra por problemas mecânicos na moto. Era neste contexto que chegava o Grande Prémio da Catalunha, outra pista onde já conseguiu ganhar em 2021.

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“Depois do dececionante fim de semana na Áustria, quero dar um bom resultado à equipa. Sempre que tivemos a oportunidade de mostrar o nosso potencial, conseguimos fazê-lo. Com o Grande Prémio da Catalunha do ano passado a ser um grande sucesso para a Aprilia, mal posso esperar para voltar à moto. Barcelona é sempre um lugar especial pelo qual estamos ansiosos. O interesse neste Grande Prémio é imenso e a maioria dos pilotos gosta do traçado desta pista. Depois do difícil Grande Prémio da Áustria, queremos finalmente desenvolver o nosso potencial e tentar ser mais consistentes e rápidos nas corridas”, tinha comentado o número 88 na antecâmara do primeiro dia no traçado de Montmeló.

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“É verdade que os últimos Grandes Prémios têm sido muito desafiantes, por diversos motivos. O Grande Prémio da Áustria teve um ligeiro problema técnico relacionado com os chumbos que equilibram a roda e fui forçado a retirar-me por esse motivo. Está a ser uma temporada que está a forjar caráter nos momentos mais desafiantes, por alguma razão será. Estou à espera do ponto de viragem, estamos à procura dele. O ponto de viragem é sempre bem-vindo, Silverstone foi um Grande Prémio em que iniciámos esse ponto de viragem, tivemos uma melhoria significativa na qualificação na Áustria. Não consigo precisar se o Grande Prémio da Catalunha será o ponto de viragem mas a nossa abordagem não muda, continuamos com motivação para fazer o melhor resultado possível, e, do lado da equipa, mitigar estes pequenos erros. Neste caso foi uma pequena falha com aquela jante”, acrescentou mais tarde em declarações à SportTV.

Numa primeira instância, numa primeira sessão de treinos livres que agora não conta para aquilo que são os lugares de qualificação, dificilmente as impressões poderiam ser melhores não só em relação ao piloto português mas também à própria Aprilia: Aleix Espargaró e Maverick Viñales foram de longe os mais rápidos da manhã seguidos por Jorge Martín, Brad Binder e Pecco Bagnaia, Miguel Oliveira terminou na sétima posição com 1.40,944, a mais de um segundo das Aprilia de fábrica mas mais próxima da restante concorrência (Raúl Fernández não foi além do 19.º registo). À tarde era o momento de confirmação.

Os primeiros 20 minutos da sessão tiveram mesmo Miguel Oliveira na frente dos tempos com 1.40,435, até Fabio Di Giannantonio conseguir superar esse registo. Seguiram-se também as subidas de Pecco Bagnaia e das duas Aprilia de Maverick Vinãles e Aleix Espargaró, que compunham o top 5 da qualificação até aos 15 minutos finais onde tudo poderia mudar, como se viu num primeiro “aviso” deixado por Johann Zarco. E para se ter noção da competitividade que estava em pista, o português subiu ao segundo lugar quando fez a primeira volta lançada no regresso mas passados uns minutos já tinha caído para a 11.ª posição fora da Q2.

Além das duas Aprilias que eram as mais rápidas, alguns nomes tinham conseguido melhorar na sessão verspetina, casos de Marco Bezzecchi, Jack Miller, Luca Marini ou Joan Mir. Ainda assim, tudo podia mudar num instante, com Zarco a saltar de 14.º para a liderança a seis minutos do fim. Ia ser mesmo até à última na luta pela Q2, sendo que as bandeiras amarelas a terminar acabaram por condicionar aquele que poderia ser o resultado final, com Miguel Oliveira a não passar do 14.º e a ir para a Q1, ao contrário de Aleix Espargaró, Viñales, Bagnaia, Zarco, Binder, Álex Márquez, Bezzecchi, Di Giannantonio, Bastianini e Martín.