Apesar do fecho do mercado nas principais ligas de futebol, há um novo sentimento transversal a todas elas. Não é de alívio por ter cumprido os objetivos, não é de receio que alguma das lacunas se possa evidenciar até janeiro (quando reabrem novamente as transferências), não é de expetativa perante a possibilidade de ainda colocar algum dos excedentários que tenha ficado no plantel mas sim de incerteza. Incerteza perante uma “nova” liga da Arábia Saudita. Incerteza no Liverpool, que não sabe onde vai parar a licitação por Mo Salah que promete bater recordes. Incerteza de todos, que têm noção de que uma vontade de última hora pode desequilibrar um plantel sem remédio. No entanto, os jogadores parecem não ser o único alvo.

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Os mais de 800 milhões de euros gastos só nestes últimos meses em jogadores para consubstanciar a ideia que Cristiano Ronaldo defendia quando chegou ao Médio Oriente (que, na altura, poucos pareciam acreditar) de que a Arábia Saudita poderia ser uma das ligas mais competitivas do mundo teve outros investimentos paralelos como os treinadores, com nomes como Luís Castro ou Jorge Jesus a chegarem também ao país (no caso do antigo técnico de Benfica e Sporting um regresso que deveria ser para a seleção). Agora, esse desenvolvimento chegará a outras partes da estrutura e com mais um elemento português “chamado”.

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Os rumores começaram a surgir durante o dia na imprensa saudita e o jornal Record avançou à tarde que Domingos Soares Oliveira, ainda co-CEO da Benfica SAD, está muito próximo de rumar ao Al-Ittihad, equipa que é atualmente campeã e que conta nos seus quadros com o treinador Nuno Espírito Santo e com jogadores como Karim Benzema, N’Golo Kanté, Fabinho ou Jota – sendo que o The Athletic e a Sky Sports avançaram no dia 1, quando fechava o mercado, que teria apresentado uma proposta que podia chegar a mais de 230 milhões de euros pelo avançado Mo Salah. Tudo aponta para que o dirigente possa aceitar o convite. O Al-Riyadiyya escreve que a recomendação terá vindo diretamente do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, o mesmo fundo soberano que ficou com a maioria dos quatro principais candidatos ao título este verão para dar outro “músculo” e capacidade financeira a Al-Ittihad, Al Nassr, Al Hilal e Al Ahli.

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De acrescentar que, apesar das notícias que davam conta da saída de Domingos Soares de Oliveira no final da temporada, o dirigente mantém as mesmas funções no Estádio da Luz, estando agora no habitual período de fecho do Relatório e Contas do exercício da SAD relativo à época 2022/23. Ainda assim, e como já terá sido revelado a algumas pessoas em termos internos, a saída do co-CEO que chegou ao clube há quase 20 anos quando Luís Filipe Vieira era presente parece ser inevitável, com este convite a poder acelerar o processo. Fica ainda por saber-se qual será o papel de Soares de Oliveira na empresa que irá gerir a centralização dos direitos televisivos do futebol profissional, após ter sido nomeado administrador no final de 2021.

Domingos Soares Oliveira afasta cenário de saída: “Enquanto me sentir útil e que somos um todo, estou aqui de corpo e alma”

“Tenho uma relação com o presidente Rui Costa que é de total confiança mútua, mas basicamente a minha continuidade depende de duas pessoas: do presidente e da confiança e vontade que ele tenha que eu continue, e tivemos uma conversa sobre esta matéria que me deixou esclarecido depois das eleições; e da motivação que tenho de entrar aqui todos os dias e sobretudo enquanto me sentir útil ao projeto, enquanto sentir que posso fazer mais qualquer coisa pelo projeto, enquanto sentir que trabalhamos todos de uma forma coesa e solidária, que somos um todo. Enquanto sentir isso, estou de corpo e alma aqui. E sinto isso”, tinha referido Domingos Soares de Oliveira em entrevista à BTV também no final de 2021.

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