Primeiro, apenas a informação de que estaria a prazo na SAD do Benfica depois da saída de Luís Filipe Vieira e a eleição de Rui Costa. Depois, o anúncio de que iria fazer parte do Conselho de Administração da empresa que vai liderar a centralização dos direitos televisivos, sendo o único elemento fora do universo Liga com um cargo e juntando-se a Pedro Proença, Tiago Madureira e Rui Caeiro. Mais recentemente, a garantia que foi deixada por Rui Santos, no seu espaço de opinião na CNN Portugal, de que iria deixar a condição de administrador da sociedade que gere o futebol dos encarnados para ser diretor de operações da Liga.

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De uma forma ou outra, o futuro do dirigente na Luz foi sendo colocado em causa nos últimos meses. Agora, em entrevista à BTV, Domingos Soares Oliveira deixa a garantia de um outro cenário, sublinhando que a sua continuidade no clube e na SAD depende apenas de duas pessoas: Rui Costa e o próprio.

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“Tenho uma relação com o presidente Rui Costa que é de total confiança mútua, mas basicamente a minha continuidade depende de duas pessoas: do presidente e da confiança e vontade que ele tenha que eu continue, e tivemos uma conversa sobre esta matéria que me deixou esclarecido depois das eleições; e da motivação que tenho de entrar aqui todos os dias e sobretudo enquanto me sentir útil ao projeto, enquanto sentir que posso fazer mais qualquer coisa pelo projeto, enquanto sentir que trabalhamos todos de uma forma coesa e solidária, que somos um todo. Enquanto sentir isso, estou de corpo e alma aqui. E sinto isso”, esclareceu, entre outros temas, o dirigente que se encontra já há 17 anos nos encarnados.

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“Continuidade de Jorge Jesus? Não faz sentido falar dessa questão. Temos um conjunto de objetivos para esta época, os que podiam e deveriam ter sido alcançados já foram. Tínhamos uma enorme dependência de entrada na fase de grupos da Champions, com dois bons adversários pela frente, e conseguimos cumprir esses objetivos. A passagem aos oitavos era também crítica do ponto de vista de afirmação do Benfica e conseguimos. Temos tudo em aberto nas outras competições em que estamos envolvidos. Dezembro é exigente, mas está tudo em aberto. Compreendo os estados de alma que todos temos, não há dúvida que sofremos mais quando o Benfica não ganha, é natural que haja um conjunto de pessoas que dê voz a esses estados de alma. No meu caso em concreto, entendo que as decisões têm de ser tomadas em função de factos e de resultados. Esta discussão parece exagerada quando temos ainda seis meses pela frente”, garantiu.

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Na mesma entrevista, Domingos Soares Oliveira falou ainda do sorteio de segunda-feira da Champions, da importância de passar aos oitavos também no plano da reputação e do próprio mercado de janeiro.

“Fiquei satisfeito porque tudo o que fazemos em termos de grupo Benfica passa por termos sucesso no campo. Todos trabalhamos com o objetivo, não de apresentar resultados financeiros mas de obter resultados no relvado. Do ponto de vista económico-financeiro, o impacto é grande. Somos uma casa que fatura à volta de 200 e qualquer coisa milhões de euros em anos menos bons e em anos melhores um pouco mais de 300 milhões. Este jogo representa um valor mais próximo dos 15 milhões, entre prémio de passagem aos oitavos, valor da vitória e receita de bilhética. Há muito tempo que procuramos voltar a reafirmar o Benfica na Europa mas isso não se faz apenas através de uma declaração de intenções, de ações comerciais ou da nossa expansão internacional. Faz-se através de resultados no relvado. Deixar o Barcelona para trás é algo digno de registo, uma afirmação deste Benfica cada vez mais Europeu que queremos ter”, destacou.

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“Sorteio? Quem estiver vai dizer que preferia a equipa A, a B ou a C mas, como disse o nosso treinador, quem olhasse para o grupo diria que não eram os adversários ideais mas é contra esses adversários, que não são os ideais, que temos de afirmar a nossa grandeza. Venha quem vier, acho que é uma excelente oportunidade para o Benfica fazer uma afirmação da sua grandeza europeia. Janela de transferências? Creio que não haverá nada de relevante neste mercado de janeiro. Há algumas questões, se entra alguém, o Lucas Veríssimo está lesionado, é um assunto que tem de ser discutido. Do ponto de vista de saídas, temos um plantel em que poderá haver ligeiros ajustes mas janeiro não será um mês de grandes vendas, de grandes dispensas, de grandes recrutamentos, não é isso que vai acontecer”, concluiu o administrador da SAD.