As questões da habitação continuam a ser a principal prioridade na Amadora, 44 anos após a criação deste concelho do distrito de Lisboa, segundo disse à agência Lusa a presidente da autarquia, Carla Tavares, nesta segunda-feira.

“Não escondo que a habitação tem sido, em particular desde 1997, o grande desafio da cidade. Numa primeira fase, com o tentar trabalhar para acabar com os núcleos de habitação precária. Hoje esses estão quase na sua etapa final, mas temos outros desafios”, afirmou a autarca socialista. A presidente da Câmara Municipal da Amadora falava à Lusa no final da cerimónia que assinalou o 44.º aniversário da criação do concelho.

Segundo referiu Carla Tavares, a autarquia pretende aproveitar as verbas do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) para responder aos desafios que ainda restam no município, nomeadamente na habitação. “Muito foi feito nos últimos 44 anos. Basta ver o que era a cidade em 1979 e o que é hoje. A habitação é o grande desígnio. Temos duas grandes candidaturas entregues e vamos fazer uma intervenção de reabilitação nos fogos de habitação, aproveitando as oportunidades de financiamento do PRR”, apontou. A autarca adiantou ainda que estão a ser construídos 750 fogos destinados a habitação acessível em três pontos do concelho.

Questionada pela Lusa sobre a resolução dos problemas habitacionais no bairro da Cova da Moura (Águas Livres), a autarca alertou para a complexidade da situação. “É difícil falar numa intervenção para a Cova da Moura, que é longa no tempo, se não tivermos as questões fundiárias resolvidas. É uma situação muito complexa, mas estamos empenhados em trabalhar”, sublinhou.

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Carla Tavares considerou ainda que a “imagem negativa” da Amadora “tem melhorado nos últimos anos” e destacou a importância do sistema de videovigilância, que foi instalado na Amadora em 2017. “É uma cidade diferente, que se modernizou, mas temos de continuar a ambicionar mais. A videovigilância é uma ferramenta essencial para as forças de segurança”, defendeu.

Atualmente, o município da Amador dispõe de 103 câmaras de videovigilância, mas estima ter dentro de um mês mais 38 aparelhos, naquela que será a 2.ª fase da implementação deste projeto. Segundo disse ainda Carla Tavares, após a conclusão desta fase haverá uma terceira, com a colocação de mais câmaras de videovigilância. A autarca escusando-se, contudo, a adiantar mais pormenores.

O município da Amadora, situado na Área Metropolitana de Lisboa, foi criado em 11 de setembro de 1979, pertencendo até então ao concelho de Oeiras. É composto por seis freguesias e nele residem cerca de 172 mil habitantes, de acordo com os resultados dos censos de 2021.