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Mísseis sem explosivos e armas que nunca serão disparadas. A Ucrânia continua a construir réplicas baratas de armas com o objetivo de enganar a Rússia e fazer com que gaste mísseis, drones e munições para as destruir. Desta forma, as forças ucranianas protegem o equipamento real e abdicam do mais barato — e falso.

Metinvest é o nome da empresa siderúrgica que produz estas armas falsas. Segundo conta o The Guardian, a equipa molda plástico, madeira e metal e dá vida a cópias da mais recente tecnologia americana e europeia, suficientemente parecidas de forma a convencer as tropas russas de que são verdadeiras armas militares.

Segundo o porta-voz da empresa, o objetivo destas peças é duplo: “Salvar vidas ucranianas e enganar os russos para que desperdicem os seus próprios drones e mísseis kamikaze, que são muito caros”.

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“A guerra é cara e precisamos que os russos gastem dinheiro a utilizar drones e mísseis para destruir os nossos iscos”, acrescentou. “Afinal de contas, os drones e os mísseis custam muito dinheiro. Os nossos modelos são muito, muito mais baratos.”

Se um obus M777 de 155 mm real pode custar vários milhões de dólares, na Metinvest o modelo custa menos de 1000 dólares (cerca de 939 euros) e é feito com velhos canos de esgoto. Para a Rússia, destruir uma arma real e uma falsa tem o mesmo custo.

Apesar de, até ao momento, o fabrico das réplicas não ter causado problemas, a empresa acredita ser importante fazer adaptações e torná-las mais sofisticadas à medida que a guerra avança. “O inimigo não é estúpido. Temos de nos adaptar à realidade, acrescentamos sempre algo de novo ao nosso trabalho. E avaliamo-nos a nós próprios desta forma — se não acontece nada quando enviamos um novo modelo, se não é visado, é porque temos algo de errado no design”, explicou o porta-voz.

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Para além das melhorias, o tempo que ficam no terreno também é importante. Se uma réplica ficar no campo de batalha mais tempo do que o que era esperado, a empresa volta a estudá-la. O objetivo é que seja destruída rapidamente.

“Não contamos o número de engodos produzidos, mas sim o número de engodos destruídos, e isso é o mais importante para nós”, sublinha o porta-voz. “Quanto mais cedo forem destruídos, melhor para nós.”