O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, viajou nesta sexta-feira para Havana, onde vai discutir a dívida de Cuba e a cooperação bilateral com o homólogo cubano, Miguel Díaz-Canel, além de participar na cimeira do G77+ China.

As relações bilaterais do Brasil com Cuba estiveram congeladas nos últimos anos, especialmente durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), mas o diálogo foi retomado desde que Lula da Silva regressou ao poder, em 1 de janeiro.

Apesar da sintonia que existe com o governo cubano, o Presidente brasileiro tem uma questão espinhosa pela frente: uma dívida que Cuba tem com o Brasil de cerca de 500 milhões de dólares (468,2 milhões de euros na cotação atual), relativa a créditos concedidos há mais de uma década que, entre outras coisas, serviram para financiar as obras do porto de Mariel. Cuba já informou o Brasil que não pode arcar com estes pagamentos neste momento face à sua situação económica, mas responsáveis de ambos os governos procuram uma solução.

Além desse assunto, fontes brasileiras afirmaram que Lula da Silva discutirá com Díaz-Canel o retomar da cooperação em diversas áreas, com especial interesse em comércio, saúde, energias renováveis e segurança alimentar. O Presidente brasileiro participará ainda na cimeira do Grupo dos 77 e da China, para a qual são esperados trinta líderes e delegações de uma centena de países da América Latina, de África, do Médio Oriente e da Ásia.

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De Cuba, Lula da Silva viajará para Nova Iorque, onde na próxima terça-feira será o primeiro chefe de Estado a discursar na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), tradicionalmente aberta pelo Presidente do Brasil.

No âmbito da Assembleia Geral, o chefe de Estado brasileiro deverá reunir-se com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com quem apresentará “uma iniciativa global para o trabalho digno no século XXI”, conforme informou o governo brasileiro.

Lula da Silva permanecerá em Nova Iorque até quinta-feira e participará também em duas cimeiras convocadas pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável e alterações climáticas, bem como em diversas reuniões bilaterais.