É um registo que ninguém quer ter: esta quarta-feira, António Silva tornou-se o jogador do Benfica com a expulsão mais rápida na Liga dos Campeões. O jovem central viu o cartão vermelho direto ainda durante o quarto de hora inicial da partida contra o RB Salzburgo, por tocar com a mão na bola na grande área, e hipotecou desde logo as hipóteses encarnadas com a inferioridade numérica e o golo que a grande penalidade originou.

Se este RB tinha asas, era preciso ter cabeça. Até porque o coração de Di María não chega (a crónica do Benfica-RB Salzburgo)

De forma algo surpreendente, António Silva surgiu na zona de entrevistas rápidas depois do jogo. “Peço desculpa pelo cartão vermelho, claro. Sem dúvida de que o futebol são estes momentos. Foi tudo com uma rapidez enorme. Tinha a ideia de que a bola não ia bater na trave… E depois de bater na trave vai-me ao braço. É um momento para eu aprender. De certeza que vou sair deste jogo mais crescido e estou aqui para ajudar no que for preciso. Posso prometer que amanhã vou dar tudo no treino e, se o mister assim quiser, nos próximos jogos também. Está tudo em aberto, são mais cinco jogos e queremos lutar pelas cinco vitórias, como é óbvio”, explicou o central de 19 anos.

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O Benfica entrou a perder na fase de grupos da Liga dos Campeões, ficando desde já no último lugar do Grupo D devido ao empate entre a Real Sociedad e o Inter Milão, e abriu a porta a uma má estatística: nas sete ocasiões em que perderam o jogo de estreia, os encarnados nunca conseguiram superar a fase inicial da competição. Na flash interview, depois do jogo, Roger Schmidt fez uma breve análise da partida.

“Não é decisivo, porque todos viram os 80 minutos depois do primeiro golo. Mostrámos uma grande mentalidade, claro que quando sofres dois penáltis… Também acho que deveríamos ter tido um penálti, o árbitro não esteve do nosso lado. Jogámos como se estivessem 11 para 11. Tivemos grandes oportunidades. Estamos tristes com o resultado, mas os meus jogadores acreditaram até ao final e estou muito orgulhoso do que fizeram. Foi uma grande reação da equipa”, começou por dizer o treinador alemão.

Mais à frente, Schmidt lembrou que na fase de grupos “todos os jogos são finais”. “Nunca é bom entrar a perder. Claro que só há seis jogos nesta fase de grupos, faltam cinco. Mas é algo que faz parte. Temos de mostrar uma boa mentalidade e é isso que vamos mostrar frente ao Inter Milão. Foi óbvio que os jogadores deram tudo em campo. Depois do 2-0 tivemos grandes oportunidades e se tivéssemos marcado poderíamos ter entrado novamente no jogo. Temos de perceber que hoje não era o nosso dia no que toca aos golos”, acrescentou, antes de comentar a exibição do guarda-redes Trubin, que cometeu uma grande penalidade logo ao segundo minuto. Não foi um jogo fácil para ele, mas isto é o Benfica e faz parte. Também mostrou que pode estar focado naquilo que é o mais importante, que é o futebol”, atirou.

Já Otamendi, que representou a equipa na qualidade de capitão, garantiu que ainda nada está perdido. “Não conseguimos a vitória, que era o que queríamos. Dois penáltis e uma expulsão, temos muito a melhorar. Isto não é como começa, é como acaba. Precisamos de ter mentalidade positiva, é uma derrota e nada mais. A união faz a força e trabalharemos durante a semana para melhorar. Estamos habituados a ter este apoio, a ganhar ou a perder temos sempre muito apoio dos nossos adeptos”, disse o central argentino.

“A Champions é isto. Comete-se um erro e paga-se caro. Eles jogam bem, são jovens e precisamos de levantar a cabeça. O próximo jogo da Champions é contra o Inter Milão e vamos fazer o nosso melhor para conseguir a vitória e passar à próxima fase”, concluiu Otamendi.